Aquele que Habita em Mim, dirigido por Jerren Lauder, tenta trazer uma abordagem contemporânea ao infame caso de Lizzie Borden, mas acaba desperdiçando seu potencial com uma execução desordenada e decepcionante. O filme parte de uma ideia promissora: a possibilidade de uma maldição, seja por doença mental ou influência sobrenatural, que atormenta os descendentes da acusada até os dias atuais. No entanto, essa premissa é tratada de forma rasa, deixando uma trama que parece mais preocupada em confundir do que em cativar o espectador.
A protagonista, Tara (Odessa A’zion), é apresentada como uma adolescente lidando com pesadelos perturbadores e visões que a levam a questionar sua sanidade e sua ligação com os crimes que assolam sua cidade. Embora a personagem tenha potencial para uma jornada emocional complexa, o roteiro falha em explorar sua profundidade, optando por um retrato sensacionalista e simplista de sua possível doença mental. Além disso, os demais personagens são mal desenvolvidos, servindo apenas como peças descartáveis em uma
narrativa confusa.
Os aspectos de suspense e mistério, que deveriam ser os pontos altos do filme, se perdem em uma execução fraca. O roteiro recorre a clichês e pistas falsas que não convencem, enquanto a conexão com Lizzie Borden é reduzida a um artifício de marketing sem substância. A ausência de uma abordagem coesa sobre os elementos históricos ou sobrenaturais resulta em um enredo desconexo, que parece hesitar entre ser um terror psicológico ou um slasher genérico, sem sucesso em nenhum dos dois.
Embora Aquele que Habita em Mim conte com alguns efeitos práticos competentes e momentos de tensão, esses poucos méritos não conseguem compensar a falta de originalidade e o ritmo arrastado. Em vez de aprofundar o legado sombrio de Lizzie Borden, o filme apresenta uma trama inconsistente e pouco memorável, que não só desrespeita a complexidade da história original como também falha em entregar uma experiência
envolvente para o público.