“A Terra Prometida”, dirigido por Nikolaj Arcel, se passa na Dinamarca do século XVIII e segue Ludvig Kahlen (Mads Mikkelsen), um veterano de guerra pobre que busca construir um assentamento em nome do rei em terras não cultivadas. O empreendimento é arriscado, já que muitos falharam ao tentar plantar na terra rochosa. Apesar do pessimismo dos magistrados reais, Kahlen se compromete a utilizar sua modesta pensão para tentar o feito, com a expectativa de ser recompensado com um título de nobreza caso tenha sucesso. Sem precisar de apoio financeiro do governo, o projeto é considerado de baixo risco para a coroa.
O vilão da história é Frederik De Schinkel (Simon Bennebjerg), um nobre local que deseja tomar as mesmas terras para si. Ele inicia uma série de ações violentas para intimidar Kahlen e impedir que o projeto avance. Schinkel é retratado como um tirano rico, que se considera dono da região, enquanto Kahlen insiste que as terras pertencem ao rei. Esse conflito se intensifica, transformando o filme em um épico feudal, com Kahlen defendendo os valores da civilização e Schinkel representando o caos.
Kahlen conta com o auxílio de um jovem padre chamado Eklund (Gustav Lindh) e acolhe dois imigrantes fugitivos, Johannes e Ann Barbara, que escaparam da servidão sob o controle de Schinkel. A trama também apresenta Anmai Mus (Melina Hagberg), uma jovem cigana que se aproxima de Kahlen depois de ser pega roubando sua fazenda. A presença de Anmai expõe o preconceito racial da comunidade, que acredita que sua pele escura traz má sorte, adicionando uma dimensão social ao enredo.
O filme mistura uma narrativa tensa e cheia de ação com momentos de profunda emoção, proporcionando ao público uma experiência tanto visual quanto emocionalmente impactante. A forma como a narrativa da história vai dando a Kahlen uma família, que ele nunca teve, é orgânica e tocante. A cinematografia de Rasmus Videbek é um dos grandes destaques, projetada para brilhar nas telonas. Além disso, o filme traz uma surpreendente virada romântica no final, que pode dividir opiniões, mas é um desfecho que você fica implorando para a história.