Longlegs é um thriller de horror seco, com toques de malignidade oculta que, apesar de sua premissa atraente, não se sustenta no final. O filme é estrelado por Maika Monroe e Nicolas Cage, que também produziu.
A narrativa gira em torno da insone, fria e frequentemente distraída investigadora do FBI Lee Harker (Monroe), a única pessoa que parece capaz de solucionar uma série de assassinatos envolvendo famílias inteiras, pois possui habilidades psíquicas. O responsável pelos crimes, conhecido como Longlegs (Cage), é um adorador de satanás que gosta de deixar mensagens codificadas baseadas em algoritmos complexos ao lado das vítimas. O que é mais intrigante sobre ele é que nunca há sinais de invasão nas residências.
Longlegs, nos seus primeiros minutos, lembra muito, em estética, a primeira temporada de True Detective, e, em seu primeiro ato, consegue instigar o espectador. Porém, conforme a trama avança, ela começa a soar vazia, desmoronando rapidamente à medida que seu enredo banal é revelado. É um exercício lento de horror que se sustenta na primeira metade, apenas para despencar no abismo na segunda. O lado sombrio das coisas está presente, mas os sustos não são abundantes, e o clima de terror vai se perdendo, tornando tudo muito previsível, culminando em um final insípido, deliberadamente deixado em aberto para uma possível sequência.
Enquanto Monroe se destaca por seu temperamento introspectivo e crível, Cage, parecendo uma mistura entre uma lenda do heavy metal decadente e o Coringa, oferece muito poucos momentos de inquietação, algo que poderia ser resolvido com mudanças em seu ato final. Filmes como Seven: Os Sete Crimes Capitais (1995), O Silêncio dos Inocentes (1991) ou até mesmo Zodíaco (2007) podem vir à mente, mas Longlegs está a quilômetros de distância deles em muitos aspectos cruciais, incluindo originalidade. É todo um psicodrama superficial, esporadicamente assistível, mas, na maior parte do tempo, inerte. Assim, é rapidamente esquecível, o que é uma pena, pois tinha potencial para ser bem mais.