“O Melhor Está Por Vir”, longa-metragem de Matthieu Delaporte e Alexandre De La Patellière, protagonizado por Patrick Bruel (de “Qual É o Nome do Bebê”) e Fabrice Luchini (de “O Mistério de Henri Pick”), chegou aos cinemas brasileiros em 5 de março, com distribuição nacional Paris Filme.
O melhor está por vir se trata de um drama com comedia (ou seria uma comedia com drama?) que faz o trabalho incrível que nos cativar e entreter, mesmo com uma temática aparentemente triste.
Na trama, dois amigos de infância (Patrick Bruel e Fabrice Luchini) se reconectam ao acharem por um mal entendido que o outro tem somente 6 meses de vida, devido a um câncer terminar. Apesar de ambos iniciarem o filme com aquele estereotipo de um amigo contido, tímido e sério ao lado de um amigo pegador e que abusa de substancias, os dois personagens crescem inacreditavelmente bem durante os 117 minutos de filme. O que tinha tudo para ser um drama pesado e familiar vira uma história de dois amigos que precisam se entender e aproveitar a vida em seus últimos momentos.
Acredito que a única parte fraca do filme seja justamente com o elenco secundário, personagens sem muito desenvolvimento e que acabam não agregando tanto a história. No filme tal escolha parece proposital, uma vez que o tempo de tela cabe quase somente aos principais. Apesar disso, os dois atores principais, junto a um ótimo roteiro, carregam o filme nas costas sem nenhum problema.
É muito interessante as transições entre drama e comedia de forma tão rápida e mesmo assim tão
fluida. O humor gira em torno de diálogos bem escritos com tiradas sarcásticas e sem dúvida se torna a melhor parte do filme, tendo como geral um clima alegre mesmo em torno de uma situação tão triste e muitas vezes real.
Juntos, esses dois personagens, que não parecem ter nenhum motivo claro para se gostarem ou
estarem juntos, passam por uma grande viagem, tanto física quanto emocional e de desenvolvimento, entrando em conflito e lembrando os tantos momentos que tiveram ao longo da vida. Os dois estereótipos citados acabam se desenvolvendo e funcionam muito bem como provocação um ao outro, como um deles querer entrar em um clube de strip, enquanto o outro deseja que ele se reconsidere com o pai.
O melhor está por vir se mostra um filme cativante e emotivo ao mesmo tempo, que nos faz pensar no que queremos, mas deixamos de fazer acreditando que sempre teremos mais tempo. O filme te faz chorar, rir e repensar muito sobre o que de fato queremos da vida.