Finalmente, li o sexto livro da série Percy Jackson e Os Olimpianos: O Cálice dos Deuses, lançado no ano passado, véspera da estreia da série do autor. Ele decidiu continuar a narrativa com os personagens agora mais velhos, 14 anos após a conclusão da série.
O livro se passa após os eventos de Heróis do Olimpo, com o protagonista prestes a completar 18 anos e ingressar na faculdade. Ele está no último ano do ensino médio, tentando recuperar o tempo perdido devido a sua ausência causada por uma amnésia mágica ocorrida durante O Herói Perdido. Mesmo sendo um herói que salvou o mundo várias vezes, ele enfrenta dificuldades para ingressar na faculdade, questionando por que um herói do Olimpo teria tal obstáculo.
O personagem principal, filho de um dos Três Grandes Deuses, enfrenta a proibição após o pacto feito na Segunda Guerra Mundia de que os três não poderiam ter filhos, fazendo assim com que a Universidade Nova Roma, destinada a semideuses, não tivesse ainda regras aplicadas para crianças como ele, que exige recomendações divinas, já que ele não deveria existir. Poseidon convence os outros deuses a aceitar a proposta de realizar trabalhos para eles em troca de recomendações, semelhante aos Doze Trabalhos de Hércules. Assim, ele embarca em três trabalhos, o primeiro sendo com Ganimedes, o copeiro dos deuses, em busca de um cálice roubado.
O livro é voltado para os fãs antigos da série, agora adultos, proporcionando uma narrativa mais madura. O enredo explora temas como maturidade, relacionamentos e as complexidades da vida adulta. Mesmo que o ritmo seja mais lento em comparação com os livros anteriores, a narrativa se destaca por sua maturidade e pela introspecção do protagonista em sua busca por uma vida plena. Existe um capítulo inteiramente dedicado ao protagonista satisfeito por finalmente estar tendo um momento de calmaria enquanto ajuda sua mãe e seu padastro no jantar, momento simples, mas que ele não teve oportunidade de fazer durante em toda a sua vida.
Ao longo do livro, o personagem enfrenta dilemas sobre a imortalidade, envelhecimento e as consequências da decisão de recusar a oferta divina para viver uma vida normal. A história, embora mais calma, oferece um olhar profundo sobre as escolhas do protagonista e seus anseios por uma vida comum. Há um foco especial no relacionamento com Annabeth Chase e as responsabilidades de Grover Underwood como membro do Conselho do Casco Fendido.
Apesar de alguns acharem a narrativa mais simples e lenta, a exploração detalhada dos sentimentos e experiências do personagem principal adiciona profundidade à trama. O autor, Rick Riordan, parece planejar estender a história em uma trilogia, o que pode explicar a extensão do livro. No entanto, a leitura é agradável, proporcionando uma visão mais realista da vida do herói pós-adolescência.
O livro cativa ao mostrar o protagonista na escola, esforçando-se para ter um desempenho exemplar no último ano. A torcida dos personagens, sejam deuses ou mortais, pelo personagem cria um envolvimento emocional, tornando a narrativa mais envolvente. Embora possa não ser considerado o melhor da saga, O Cálice dos Deuses oferece um retorno bem-vindo ao universo de Percy Jackson para os fãs que acompanharam o crescimento dos personagens.
Em suma, mesmo sendo uma leitura mais lenta, o livro proporciona uma experiência agradável para os adultos que cresceram com a série. Com uma narrativa mais madura, o retorno ao mundo de Percy Jackson é marcado por humor, referências atuais e uma reflexão sobre as escolhas que definem a vida adulta. Estou ansioso para continuar lendo e descobrir as próximas aventuras nesta nova saga de Riordan.
Recomendo O Cálice dos Deuses para os fãs nostálgicos que desejam revisitar esse universo.