A tão esperada segunda temporada de House of the Dragon está finalmente em andamento, mas o sentimento geral entre os fãs não é de entusiasmo, mas de descontentamento. Esta série, que começou com a promessa de explorar a intrincada e intensa história da Dança dos Dragões, está sendo percebida como uma decepção crescente devido à aparente falta de progresso e preenchimento de tempo desnecessário.
Desde o início, muitos de nós acreditávamos que House of the Dragon adaptaria fielmente a trama da Dança dos Dragões narrada no arco A Morte dos Dragões no livro Fogo e Sangue de George R. R. Martin, que expande a história sobre os Reis Targaryen do universo de Gelo e Fogo, e que isso seria feito em duas, talvez três temporadas, talvez indo para outras épocas nas outras temporadas, como numa antologia. A história da Dança dos Dragões foca na disputa dinástica entre a Rainha Rhaenyra Targaryen e seu meio-irmão Aegon II pelo Trono de Ferro, um conflito que ficou conhecido como Verdes x Pretos. No entanto, o ritmo da série tem sido frustrantemente lento, e a segunda temporada está especialmente culpada de estender a trama além do necessário.
A segunda temporada deveria adaptar os capítulos Um Filho por Um Filho e O Dragão Vermelho e o Dourado, que cobrem eventos significativos desde a morte do Príncipe Lucerys Targaryen e o início da guerra que levará ao extermínio dos dragões. Esperávamos que esses capítulos fossem concluídos nesta temporada, mas com apenas oito episódios previstos, ao invés de dez como de costume, parece que a conclusão desses arcos importantes será deixada para a próxima temporada. Isso não só estica a narrativa de forma artificial, mas também diminui a intensidade e a urgência da história.
Um dos maiores exemplos de encheção de linguiça é a subtrama envolvendo Daemon Targaryen. No arco, Daemon está ausente durante grande parte desse período, reunindo exércitos nas Terras Fluviais. No entanto, para manter Matt Smith, o talentoso ator que interpreta Daemon, os roteiristas tiveram de inventar tramas paralelas que não existem no material original. No episódio Regente, por exemplo, que foi exibido no último domingo, vemos Daemon mais uma vez em um estado de delírio em Harrenhal, incluindo uma cena perturbadora onde ele sonha que está tendo relações sexuais com sua própria mãe. Esta adição não só é desnecessária, mas também altamente desagradável, alienando muitos fãs que ainda defendiam a série.
Este problema não é novo para os fãs de longa data do universo de George R. R. Martin. A série Game of Thrones começou a enfrentar críticas semelhantes quando ultrapassou os livros nas temporadas cinco em diante. Sem material base para adaptar, os roteiristas se mostraram incapazes de manter a qualidade da narrativa. A história de House of the Dragon parece estar seguindo o mesmo caminho, com roteiristas brilhando em adaptação, mas falhando na criação.
Com a previsão de estender esta trama para quatro temporadas, ao invés de três, que era o que se acreditava, a preocupação é que House of the Dragon possa não manter a audiência se continuar nesse ritmo. A qualidade e o a narrativa são cruciais para manter os fãs engajados, e se a série não corrigir seu curso, pode sofrer uma queda significativa em popularidade.
Em resumo, a segunda temporada de House of the Dragon está se tornando um exemplo clássico de como uma narrativa pode se perder ao tentar estender demais o material original. A esperança é que a série encontre seu caminho de volta ou, caso contrário, corre o risco de ser lembrada mais por suas falhas do que por suas realizações.