É Assim Que Acaba, adaptação do livro homônimo da autora estadunidense Colleen Hoover, depois de ser adiado algumas vezes, finalmente chega aos cinemas com 02hrs10min de duração, para a alegria dos fãs.
A adaptação é protagonizada pela Blake Lively, interpretando a Lily Bloom (versão adulta) e, interpretando o Ryle, Justin Baldoni, ator e diretor do filme. Além deles, o elenco é composto por Jenny Slate, interpretando Allysa, a melhor amiga de Lily, Hasan Minhaj, interpretando Marshall, o marido da Allysa, e Brandon Sklenar, interpretando o Atlas na sua versão adulta.
Como o filme é uma adaptação de um livro lançado em 2016, é necessário analisar o filme considerando o livro, portanto esse texto pode ter spoilers. Além disso se você viu o trailer, os spoilers já estavam ali, o trailer deixa claro os tópicos do filme: relacionamento abusivo e, principalmente, violência doméstica.
Sinopse:
A trama acompanha Lily Bloom (Blake Lively), que tentando superar traumas da infância e adolescência, se muda para Boston, nos Estados Unidos, para começar uma nova vida e realizar um sonho: abrir uma floricultura. Como consequência dessa mudança de vida, Lily acredita que encontrou o amor verdadeiro em Ryle (Justin Baldoni), um charmoso neurocirurgião. No entanto, à medida que o relacionamento se torna cada vez mais sério, também surgem lembranças de como era o relacionamento de seus pais. Até que, repentinamente, Atlas Corrigan (Brandon Sklenar), seu primeiro amor e uma ligação com o passado retorna para a vida de Lily. As coisas se complicam ainda mais, quando um incidente doloroso desencadeia um trauma do passado, ameaçando tudo o que Lily construiu com Ryle. Agora, com seu primeiro amor de volta em sua vida, ela precisará decidir se tem o que é preciso para levar o casamento adiante.
Crítica:
De início já quero deixar bem claro que esse filme entrou na minha lista de adaptações favoritas devido à fidelidade com o livro e o cuidado com os detalhes, deixando de lado pouquíssimos pontos para conseguir colocar a história em um espaço de tempo justo.
A narrativa criada para abordar temas considerados pesados (relacionamento abusivo e violência doméstica) se constrói de forma coesa e sutil, para que seja possível acreditar no amor, tal como a personagem Lily, e não enxergar os sinais de alerta do nascimento de um relacionamento não saudável. Um ponto importante é que, por mais que pareça, principalmente devido aos trailers, o filme está longe de ser uma história de amor, é uma história sobre traumas, é sobre um relacionamento sair do status de aparentemente perfeito para tragédia e mais que isso, é sobre como sair dessa situação.
Quando anunciaram que o Justin Baldoni seria o diretor do filme, surgiu em mim um certo receio em relação a como iriam tratar algumas cenas por ser dirigido por um homem. E foi uma grata surpresa ver que a direção foi feita de forma sensível, sem utilizar de nudez desnecessária, inclusive nas cenas mais picantes onde temos no máximo a atriz utilizando roupas intimas. Acredito que a participação da Blake Lively na produção executiva também tenha influenciado positivamente. As cenas de violência doméstica foram como deveriam ser, deixando a visão das situações inicialmente ambíguas, tal como a visão da própria Lily, dando a sensação de “será que foi assim mesmo ou eu que estou exagerando”, e ao fim mostrando a real visão das situações.
Pontos que me fizeram amar a adaptação:
– Figurino e cenários fiéis aos descritos no livro e bem atuais, conseguindo mostrar personalidade dos personagens e mostrar o quanto os cenários também fazem parte da história (a floricultura ficou perfeita e as roupas da Allysa também);
– Forma que retratou as cenas de violência, deixando de forma ao mesmo tempo explícita mas não exagerada;
– Os trechos da Lily e do Atlas jovens, principalmente a cena do beijo no ônibus;
– A participação especial da Colleen Hoover.
Pontos que senti falta (comparando ao livro):
– Pouco tempo de tela do Atlas, talvez para criar oportunidade da adaptação do segundo livro, onde ele ganha mais protagonismo;
– Não explorou a relação da Lily com os diários, apesar de aparecerem mas ficam em segundo plano.
O filme merece o burburinho e o hype, vale ir ao cinema assistir.