Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (Spider-Man: No Way Home) é o mais novo filme baseado no personagem Homem-Aranha da Marvel Comics, co-produzido pela Columbia Pictures e Marvel Studios e distribuído pela Sony Pictures. É a sequência de Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017) e Homem-Aranha: Longe de Casa (2019), sendo o 6º filme com Tom Holland no papel de Peter Parker.
No filme, o adolescente Peter Parker e super-herói conhecido publicamente como Homem-Aranha recorre ao feiticeiro Dr. Stephen Strange (Benedict Cumberbatch) para tornar sua identidade secreta um segredo novamente, a fim de proteger sua família e amigos, através de uma magia rara que, de forma muito mais bem explicada do que parece no trailer, acaba trazendo para o Universo Cinemático Marvel cinco vilões que já enfrentaram o Homem-Aranha em outras franquias e cabe ao super-herói e seus companheiros ter de reunir os cinco e mandá-los de volta para seus universos. Porém, ao descobrir seus destinos nessas outras dimensões, compadece-se e, contrariando Doutor Estranho, decide ajudá-los a encontrar uma forma melhor que não os carregue para seus trágicos destinos, o que traz ainda mais consequências, é claro.
O roteiro de Chris McKenna e Erik Sommers é, desta vez, o que mais tem furo da trilogia, mas é de longe o mais madraço e não te tira em nenhum momento de seu envolvimento. Numa trama complexa que tenta amarrar e inclusive redimir os problemas de roteiro dos filmes em que os próprios personagens que retornam participaram, tais furos as vezes são motivo de piadas pelos próprios, o que torna a experiência divertida onde você nem se incomoda, além de emocionante e repleta de fanservice. Com uma gama de atores premiados reunidos como Zendaya (Michelle Jones Watson), Marisa Tomei (May Parker), William DaFoe (o Duende Verde), Alfred Molina (Doutor Octopus), Jamie Foxx (Electro) e J. K. Simmons (J. Jonah Jameson), todos eles convencem.
É claro que não é a performance da vida deles, e também não é muito exigido sobre eles a não ser para os principais como Tom Holland que teve uma evolução muito grande e finalmente pudemos ver aqui seu grande potencial como ator, que já vimos em outros filmes fora do Universo Cinemático Marvel. O diretor Jon Watts finalmente conseguiu explorar todo o potencial do Peter Parker e o preparou para um futuro onde, dessa vez, queremos ver muito mais filmes com o jovem ator como o super-herói amigão da vizinhança sem se tornar cansativo ou controverso. Todos os problemas criticados sobre o personagem e o ator na franquia são corrigidos aqui e agora sim, pode vir mais três filmes com o personagem, porque ele dá conta!
Com um ritmo perfeito para ser visto no cinema, o filme é uma montanha-russa de emoções e ultrapassa, sem forçar e cansar, a fórmula Marvel. Vai do engraçado ao emocionante sabendo equilibrar momentos realmente tristes que te fazem chorar com outros que te fazem aplaudir de pé. Já em efeitos visuais, houve também uma evolução muito grande em comparação até mesmo dos filmes anteriores do Homem-Aranha no Universo Cinemático Marvel.
Os personagens que retornam estão muito melhores caracterizados e todos eles receberam um upgrade no visual – tirando, por exemplo, o Homem de Areia (Thomas Haden Church) e o Lagarto (Rhys Ifans) que tiveram uma caracterização preguiçosa para compensar a ausência dos atores, mas o que não estraga o filme. Os efeitos visuais no terceiro ato parecem não terem sido finalizados – provavelmente porque o filme foi preparado durante a pandemia – e uma tonalidade escura foi aplicada para disfarçar. Já os múltiplos trajes do Homem-Aranha não cansam tanto quanto nos filmes anteriores, pois aqui fazem sentido e não parecem que simplesmente foram introduzidos para vender mais bonecos – o que sabemos que foi, mas aqui funciona. Ao mesmo tempo, é repleto de cenas visualmente criadas para homenagear a clássicos dos quadrinhos, desenhos e até mesmo dos filmes antigos do Homem-Aranha.
Os efeitos sonoros estão muito bem colocados, melhor ainda se você assiste no cinema. Já a trilha sonora é um tanto que vagarosa. Repetindo os temas antigos – o que é ótimo, – as vezes fica claro que só foram compradas e remixadas, mas ao mesmo tempo emociona ao ouvir, principalmente para quem se lembra dos temas clássicos. Vale muito lembrar que deve ser visto no cinema e quantas vezes você quiser, pois nunca será o suficiente para notar a gama de detalhes e homenagens que recheiam este que, pode ser considerado, sem dúvida, o melhor filme da franquia do personagem no Universo Cinemático Marvel e talvez um dos melhores filmes de todos do personagem comparando-se a Homem-Aranha 2 (2004) e Homem-Aranha no Aranhaverso (2018). Se prepare para muitas surpresas!
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