Sinto que nós nos acostumamos muito mal com o cinema atual. Eu lembro de cinema ser uma experiência, um evento. Sentir várias emoções assistindo a um filme que mal dava pra sentir que o tempo passou. Eu quando assisto algo me entrego completamente ao universo. Passo a viver dentro dele. Loucura demais, eu sei. Mas eu vivo assim kk
Quando eu assisti Duna (2021) eu fiquei obcecada. Muito tempo que eu não vivia algo assim. Em meio a pandemia eu disse que Duna era CINEMA, mesmo com poucos cinemas ainda liberados e sem vacina pra todo mundo. Mas foi tão chocante para mim ver um filme que me trazia emoções intensas com uma produção espetacular bilionária tal qual muitos filmes são porém com roteiros mais fracos e atores muito bem pagos pra chamar público.
Então vamos falar de Duna: Parte Dois (2024). Primeiro que eu preciso declarar oficialmente que eu sou serva do meu senhor Denis Villeneuve. Não tem como, o cara sabe o que faz.
Esse filme tá muito mais do que eu esperava e olha que eu esperava muito. Parece que tudo que reclamaram sobre o primeiro, especialmente sobre não haver tanta ação como prometia, foi resolvido. Duna 2 tem muita ação!!!! E sequências incríveis! Novamente eu me vi entregue a experiência cinema de uma forma surreal. Como é que pode ser possível sentir tanta coisa olhando pra uma tela? Mas foi isso mesmo. Cheguei a saltar da cadeira várias vezes de tanta empolgação que tive assistindo o filme. Me vi como uma criança hiperativa.
Eu não posso comparar o filme como adaptação por não ter lido os livros, eu na verdade sei pouco sobre o universo de Duna. Então cada revelação para mim foi um escândalo. O roteiro desse filme vai crescendo como uma sinfonia, bom quase isso. Ok, tem momentos mais lentos. É até uma paz pra cabeça.
A jornada do Paul Atreides (Timothée Chalamet) é algo muito interessante. Ele vai ganhando confiança nele mesmo e se convencendo do que dizem sobre ele. O cara aparentemente humilde assume o papel que foi designado a ele. Ele passa a performar. Ah, a Chani (Zendaya) aparece pra valer nesse filme. Deixa de ser uma alucinação e se torna realidade. Eu fiquei muito intrigada com essa personagem, ela não é o que eu esperava. Ela é muito cética e rebelde. O que é algo que você pode ser também ao ver tanto sofrimento. Eu me vi entre essas duas personalidades, crente e descrente, confiante e revoltada! Eles são o lado da luz e o lado sombrio da força.
Esse filme é sobre jornadas, definitivamente. Não só os queridinhos da América tem sua própria jornada. Jessica (Rebeca Ferguson), mãe de Paul, cresce de uma forma absurda também. Eu tô apaixonada também pelos personagens interpretados por Austin Butler e a Florence Pugh, eles eram algo que fez falta na primeira parte. Um outro lado da história.
Vemos também mais sobre os Fremen e mais sobre os Harkonnen! As Bene Gessait continuam tendo um papel importantíssimo nesse universo também, e eu amei!
Não precisaria nem dizer mais nada sobre a produção técnica. Tá ainda mais bonito que no primeiro. Duna: Parte 2 é TUDO ISSO e muito mais. Acho que posso parar por aqui. Vai lá ver esse filme!!!! (Sim, vai valer seu dinheiro)