Finalmente chegou o tão aguardado Deadpool & Wolverine, o terceiro filme de Deadpool estrelado por Ryan Reynolds e Hugh Jackman, dirigido por Shawn Levy. Este filme serve como uma grande despedida da 20th Century Fox e suas duas décadas de filmes de heróis da Marvel, que tiveram grande importância para o cinema de heróis do século 21.
O filme brinca com o fato de a Walt Disney Pictures ter comprado a Fox e suas propriedades, sugerindo que agora poderemos ver esses personagens no Universo Cinemático da Marvel. No entanto, a trama é mais uma despedida a todos eles, especialmente ao próprio Deadpool. Convocado pela AVT (Autoridade de Variação Temporal apresentada na série Loki) após fazer uma grande mudança na linha temporal para salvar seus companheiros no filme anterior, Wade Wilson, que estava aposentado das atividades de anti-herói após os vários atentados a vida de Vanessa (Morena Baccarin), precisa proteger seu universo da extinção após a morte de seu pilar, Wolverine, enterrado no final de Logan (2017). Para isso, ele busca uma variante de Wolverine no Multiverso Cinemático Marvel para ajudá-lo na missão mais nobre de suas vidas, onde ambos deverão mostrar que se importam muito mais pelos outros do que por si mesmos, servindo de redenção para os dois após suas longas vidas carregadas de trauma e amargura.
É difícil falar mais sobre o enredo sem entrar em spoilers, então vou direto ao ponto. Deadpool & Wolverine é recheado de fanservice, participações especiais, homenagens e piadas que quem viveu as duas décadas de filmes de heróis da Marvel na FOX vai entender e amar (e algumas que só quem acompanhava os bastidores entenderá). No entanto, a história, sem depender de cameos e easter eggs, é a mais fraca da trilogia. O texto é extremamente cansativo e porcamente expositivo, como é de costume vindo do diretor Shawn Levy (Free Guy). Embora o protagonista brinque com isso, ele chega a zombar tanto com a exposição que se torna uma paródia de si mesmo.
Por sorte, o filme deixa claro que é um encerramento, tanto para Deadpool quanto para Wolverine, que, embora já teve seu encerramento em Logan, agora ele tem sua despedida após um reavivamento, apenas para nos lembrar da magnificência que foram todos os filmes dos mutantes e alguns da própria Marvel Studios, e isso me deixou muito feliz por um breve momento, pois eu cresci vendo esses filmes dos X-Men e sentia mesmo que faltava um encerramento digno para eles. Porém, por mais que eu tenha sorrido de orelha a orelha em alguns momentos, fiquei bastante entediado em vários outros.
Prepare-se para o roteiro mais raso da trilogia, com atuações rasas, edição confusa, ritmo instável, boas surpresas, risadas agradáveis e outras nem tanto. Quanto à trilha sonora, é o episódio com mais músicas licenciadas, chegando a ser uma overdose, muitas vezes mal posicionadas. Em relação aos efeitos especiais, embora seja um filme de comédia, sinto que a computação gráfica regrediu para um estágio anterior ao do filme antecessor, refletindo o padrão da Fase 4 da Marvel (motivo de piada entre Deadpool e Wolverine também).
Em resumo, Deadpool & Wolverine oferece uma despedida nostálgica e cheia de referências para os fãs de longa data dos filmes da Marvel pela Fox, mas deixa a desejar em termos de narrativa e execução. Porém, se você espera diversão e nostalgia, então é o filme certo.