Capítulo final do agora finado Universo Extendido DC (DCEU na sigla inglesa) funciona completamente como filme solo e segue as mesmas linhas do primeiro, com criaturas criativas e bem feitas, bastante humor, combates dinâmicos, tudo amarrado numa aventura que combina tanto mensagem ambientalista quanto a jornada de dois irmãos antagônicos que precisam unir forças para defender Atlântida de um mal antigo e esquecido.
O jeito curto de recomendar esse filme é considerar “gostou do primeiro? Então vai gostar do segundo.” Pronto, você já sabe julgar se vai querer ver esse ou não. Mas eu vou falar mais um pouquinho sobre. O diretor James Wan abraçou mais do que nunca Jason Momoa sendo si mesmo enquanto todos chamam ele de Aquaman, e isso é bom! Momoa exala uma energia caótica que nas mãos de um ator menos carismático ficaria cansativo rapidamente, mas aqui traz ânimo e garantia de zero momentos de tédio.
A história em si não é das mais originais. Até rola uma piada envolvendo outros irmãos da Marvel com histórico parecido. Originalidade não importa tanto quanto execução, o filme funciona porque Momoa e Patrick Wilson mandam bem nos seus papéis e queremos ver a relação dos dois evoluir do conflito para a broderagem.
Mas não é só de carisma que se faz um blockbuster. Um bom filme de herói precisa acima de tudo de um bom vilão. Arraia Negra agora é o antagonista principal, imbuído de poderes provindos do Tridente Negro que pertencia ao irmão do rei Atlan, o rei do sétimo reino dos oceanos. Aqui entra a narrativa ambientalista. Esse reino conquistou enorme poder após descobrir um minério chamado Oricalco, que libera gases estufa e por isso teve seu uso banido pelos outros seis reinos. A mensagem é nada velada e talvez pareça forçada para adultos, porém funciona com o público infantojuvenil. Voltando ao vilão, Yahya Abdul-Mateen II faz o personagem de maneira maniqueísta e novamente funciona, independente se é original ou não. Aqui o cool factor fala mais alto e o visual dele tá muito maneiro!
Falo bastante de originalidade – ou falta de – pois há claramente referências a diversas outras aventuras de fantasia famosas, como Senhor dos Anéis e Star Wars, porém vejo somente como homenagens bem executadas às obras que encantaram os responsáveis pelo filme – sobra até espaço para uma referência rapidinha ao terror O Massacre da Serra Elétrica – Os elementos são reconhecíveis, mas a execução dá mérito à produção. A construção dos mundos aquáticos, suas tecnologias antigas e novas, tudo é muito original e portanto cativa. Lembre-se que O Rei Leão é adaptação de Hamlet e nem por isso deixa de ter seus momentos icônicos.
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Aquaman 2 é uma despedida digna para o DCEU, ao ponto de já estar deixando saudade de explorar as profundezas e suas relíquias perdidas através do olhar criativo de James Wan.