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Crítica | O Eternauta

Crítica | O Eternauta

Mesmo com problema de ritmo, O Eternauta é uma das ficções científicas mais ousadas e visualmente impressionante da América Latina dos últimos anos.

Fox Por Fox
8 de maio de 2025
Em Netflix, Séries e TV
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O Eternauta, na adaptação de Bruno Stagnaro para a Netflix, carrega o peso monumental de uma das histórias em quadrinhos mais emblemáticas da Argentina e, inevitavelmente, enfrenta o desafio de corresponder às expectativas de décadas de fãs. A série, ambientada em uma Buenos Aires contemporânea, recria de forma impressionante o cenário apocalíptico de uma invasão alienígena sob uma tempestade de cinzas tóxicas, mas evita a armadilha de apenas reproduzir o material original. Stagnaro opta por um olhar mais íntimo e humano, sem renunciar aos momentos de tensão e espetáculo visual. Embora a série demore a encontrar seu ritmo e só engrene de fato a partir do terceiro episódio, seu investimento na construção de personagens e na ambientação cuidadosa faz dela uma experiência que vai além da nostalgia.

O tom adotado pela série é deliberadamente mais reflexivo e centrado no drama humano do que na ação desenfreada, o que pode frustrar o público acostumado ao imediatismo de ficções apocalípticas contemporâneas. O Eternauta prioriza o desmoronamento social e os laços de solidariedade em tempos de crise, abordando a lenta erosão da convivência e os dilemas morais que surgem diante do desconhecido. Essa escolha narrativa aproxima a série de obras como O Nevoeiro de Stephen King, ainda que evite os choques fáceis e prefira trabalhar a tensão acumulada. É um drama de sobrevivência que mistura ficção científica com estudo de personagens, com atuações de Ricardo Darín, Carla Peterson e César Troncoso elevando cada cena.

Se há algo que prejudica a série é seu ritmo irregular. Os primeiros episódios carecem de acontecimentos mais impactantes e se estendem em diálogos que, embora bem escritos, atrasam a entrada da série na zona de tensão propriamente dita. Só quando os alienígenas e suas criaturas grotescas aparecem em cenas memoráveis — como o ataque no shopping ou a queda do avião Hércules — é que El Eternauta finalmente revela a dimensão épica que sempre prometeu. Essa demora em avançar, porém, encontra sua justificativa na intenção de Stagnaro de atualizar temas políticos e sociais do original, situando-os num país contemporâneo marcado pelo caos econômico e pelas cicatrizes do passado, como a Guerra das Malvinas.

A atmosfera de Buenos Aires devastada é, sem dúvida, um dos maiores trunfos da série. O trabalho de direção de arte e fotografia transforma a cidade em personagem viva e apavorante, com suas ruas cobertas de cinzas e sua arquitetura brutalista reforçando a sensação de isolamento e colapso iminente. A trilha sonora também colabora, combinando clássicos do rock argentino com canções mais recentes, criando um mosaico sonoro que conecta passado e presente. Há uma preocupação em enraizar a ficção científica num ambiente culturalmente reconhecível, o que impede que a série soe como mera cópia de produções americanas do gênero.

Apesar das qualidades, alguns tropeços narrativos são evidentes. O roteiro insiste em longos conflitos internos e decisões questionáveis dos personagens que podem irritar parte da audiência. Há momentos em que você sente vontade de gritar diante da teimosia ou imprudência de certos protagonistas. Ainda assim, a série reserva sequências memoráveis, como a cena na igreja ou o plano desastroso do quarto episódio, em que a tensão atinge níveis quase insuportáveis. É nesse equilíbrio entre introspecção e horror que O Eternauta encontra sua identidade.

No fim, o projeto de Stagnaro funciona mais como homenagem e atualização do clássico do que como sua réplica fiel. A série respeita o espírito de resistência coletiva do quadrinho, mas adapta suas angústias e referências a uma Argentina moderna e ao público global da Netflix. A aparição de personagens históricos da filmografia de Stagnaro reforça esse elo afetivo entre gerações, enquanto a produção técnica de altíssimo nível torna Buenos Aires um cenário apocalíptico de padrão internacional. Mesmo com seus problemas de ritmo e algumas decisões discutíveis, O Eternauta se firma como uma das séries de ficção científica mais ousadas e visualmente marcantes da América Latina nos últimos anos.

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