Há uma semana chegou ao fim o anime Dragon Ball Daima, mas este último episódio só veio a ser exibido na maioria das plataformas agora neste último fim de semana e, como eu estava em recesso de Carnaval, não consegui fazer um review antes, mas ainda estamos em tempo.
Antes de mergulharmos na crítica, é importante entender o contexto por trás de Dragon Ball Daima. A série foi concebida como uma celebração dos 40 anos da franquia, mas também surgiu em meio a uma disputa de direitos entre a Shueisha (editora do mangá) e a Toei Animation (responsável pelo anime). Essa briga foi um dos motivos pelo hiato de Dragon Ball Super, que ainda não tem previsão de retorno.
A história de Dragon Ball Daima se passa logo após a saga de Majin Boo, antes do final de Dragon Ball Z. O novo vilão, Rei Gomah, um demônio que assume o trono após a morte de Dabura, fica indignado ao descobrir que humanos (ou saiyajins) têm poder suficiente para derrotar deuses e demônios. Para enfraquecer os Guerreiros Z, ele usa as Dragon Ball Daima (esferas do dragão do mundo demoníaco) para transformar Goku e seus amigos em crianças.
A ideia de transformar os personagens em crianças é claramente uma referência a Dragon Ball GT, mas com uma abordagem diferente. Enquanto GT focava em Goku criança explorando o universo, Daima expande a cosmogonia do mundo dos demônios, revelando que o multiverso mortal é uma extensão desse reino e que raças como os namekuseijins, anjos e deuses têm origens ligadas aos demônios. Essa expansão de lore é, sem dúvida, o ponto mais interessante da série, aprofundando conceitos que foram brevemente mencionados no mangá de Dragon Ball Super.
No entanto, a execução da trama deixa a desejar. Apesar de começar com um conceito promissor, a história se arrasta em episódios que pouco avançam a narrativa. Momentos de destaque, como a luta entre Goku e Tamagami 3, são raros.
Um dos maiores problemas de Dragon Ball Daima é o uso excessivo de fanservice que não agrega à trama. Cenas como Vegeta alcançando a forma Super Saiyajin 3 e Goku utilizando o Super Saiyajin 4 são legais de se ver, mas não fazem sentido dentro do contexto da história ou mesmo da franquia. Além disso, a introdução de elementos como os insetos, que poderiam gerar fusões criativas e inéditas, é completamente desperdiçada. linguiça.
O vilão final também é um ponto fraco. Um típico “vilão gigantão” genérico, sem profundidade ou motivações convincentes. Parece que o roteiro foi finalizado às pressas após o falecimento de Akira Toriyama, resultando em um desfecho apressado e pouco satisfatório.
Mas se há algo que Dragon Ball Daima acertou em cheio, foi a animação. A série é visualmente deslumbrante, com cenas de luta fluidas e cheias de energia. A qualidade está quase no mesmo patamar de Dragon Ball Super: Broly, considerado por muitos (inclusive por mim) o ápice das animações da franquia.
No entanto, nem tudo são flores. O character design dos personagens, especialmente quando transformados em crianças, deixou a desejar. Sentimos falta dos rostos arredondados e expressivos que marcaram o visual clássico de Goku e companhia. Felizmente, esse aspecto melhora ao longo da série, mas a primeira impressão não foi das melhores.
Dragon Ball Daima é uma série que divide opiniões. Por um lado, ela expande o universo de Dragon Ball de forma interessante, trazendo novas camadas de lore e explorando o mundo dos demônios. Por outro, a trama é fraca, com episódios que pouco avançam e um desfecho apressado e decepcionante.
No final das contas, Dragon Ball Daima serve como um lembrete de que a franquia ainda tem muito a oferecer, mas também mostra que, sem a visão de Toriyama, o caminho a seguir pode ser cheio de obstáculos. Como fã, fico feliz em ver que Dragon Ball continua vivo, mas espero que futuras produções priorizem a qualidade da narrativa tanto quanto a qualidade visual.
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