O episódio 7 da segunda temporada de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder finalmente nos entrega o que muitos fãs estavam esperando: um olhar mais detalhado no processo de criação dos anéis, algo que vinha sendo apenas sugerido nos episódios anteriores.
Logo no início, finalmente vemos passo-a-passo do Celebrimbor forjando os anéis de poder, e isso é uma mudança bem-vinda. Até aqui, as transições mostravam os anéis prontos sem muita explicação, mas agora conseguimos entender um pouco melhor o que está envolvido nesse processo. Contudo, é impossível não sentir pena de Celebrimbor. Ele está sendo manipulado por Sauron de uma maneira tão sutil e constante que sua deterioração física e emocional é evidente. O personagem está cada vez mais acabado, e sua luta interna é visual demais.
Adar, por sua vez, se revela um estrategista formidável. Sua tática de destruir a cidade, desviar o curso do rio e atacar os elfos diretamente pelo solo é brilhante. O episódio ainda insinua que nem mesmo Annatar havia previsto esse movimento, o que reforça a habilidade de Adar como vilão independente. E é interessante ver como os anãos finalmente percebem o perigo que o anel representa para seu rei Durin III. A relutância do Príncipe Durin IV em seguir cegamente as ordens de seu pai demonstra uma divisão crescente entre eles, culminando no momento em que o rei parece disposto a sacrificar até mesmo sua família para continuar suas escavações nas minas de Khazad-dûm.
Outro ponto que me chamou a atenção foi a armadura de Elrond. Visualmente, ela não se ajusta muito bem ao ator, que é bem mais magro do que a imagem que geralmente temos de Elrond como um guerreiro imponente. Fico curioso para ver como essa transição do Elrond atual para o futuro comandante será feita. Mesmo assim, o episódio destaca o surgimento do Comandante Elrond, especialmente durante o cerco a Eregion. A ação aqui é intensa e empolgante, com batalhas que prometem se estender pelos próximos episódios. É interessante como cada temporada parece aumentar em escala de conflitos.
No meio da batalha, Celebrimbor finalmente percebe que está preso em um ciclo de manipulação por Annatar. O detalhe do rato sempre aparecendo na mesma hora todos os dias é um toque inteligente para mostrar essa armadilha mental. E Sauron, como sempre, é uma presença desgraçada. O episódio faz um bom trabalho em enfatizar que, mesmo quando ele não tem um plano totalmente elaborado, sua simples presença já causa caos e destruição. A revelação de que o sangue dele é preto como tinta é uma adição sinistra ao personagem. Entre as perdas do episódio, a personagem Mirdania pareceu ser apenas uma ferramenta para jogar a culpa em Celebrimbor. Essa manipulação é bem executada e só reforça o quanto Sauron está sendo um vilão bem construído nesta temporada.
Na sequência da guerra, me decepciona essa perda do elemento surpresa dos elfos, que decidem anunciar sua chegada com uma corneta. Isso acaba tirando o impacto da chegada deles no cerco a Eregion, o que é uma pena, já que poderiam ter dado um golpe devastador nas forças orques. Felizmente, ainda há muitos momentos memoráveis no campo de batalha, como a união de Elrond e Gil-Galad liderando os elfos e o exército anão, reforçando o tema de lealdade entre os povos da Terra-média. E falando em anãos, foi uma ótima surpresa ver Durin IV para marchar em defesa de Eregion, mas com a sombra do Balrog cada vez mais próxima, há uma sensação crescente de que os perigos em Khazad-dûm podem destruir toda essa aliança.
Para os fãs que estão acompanhando de perto, é notável como Adar se importa com os orques, um detalhe que adiciona profundidade ao personagem. Sua cena chorando pelas perdas orques é tocante e humaniza um pouco mais a figura do líder vilanesco. No entanto, o episódio comete um deslize ao ignorar o fato de que os orques não podem suportar a luz do sol, algo bem estabelecido na primeira temporada, mas que agora parece ter sido esquecido, com os orques lutando sob um céu apenas levemente nublado. Espero que isso seja explicado ou que seja uma inconsistência pontual.
Esse episódio foi um prato cheio para quem gosta de batalhas épicas e revelações emocionantes, mas também trouxe alguns pontos discutíveis – especialmente a cena de beijo de Elrond e Galadriel que com certeza vai fazer muitos fãs chiarem bastante, mas que ainda assim tem explicação dentro do roteiro. O desenvolvimento de Sauron como um vilão continua impecável – a cena que mostra que ele detem o controle mental de todos os elfos de Eregion, que não só o Celebrimbor, foi de arrepiar! E os conflitos internos dos personagens, especialmente Celebrimbor e Elrond, são bem explorados. Aguardamos ansiosos para ver como esses eventos irão se desenrolar nos episódios finais da temporada.
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