As emoções têm novas emoções em Divertida Mente 2 (Inside Out 2). Já os espectadores podem agendar sua próxima sessão de terapia para contar o que aprenderam com o novo filme da Pixar. Já separou o lencinho para levar para o cinema?
A Pixar parece ter acertado a mão dessa vez com as continuações de sucessos. Havia um temor real e natural de que as continuações já estavam se tornando um desperdício de energia, criatividade e dinheiro. Mas Divertida Mente 2 surpreende com uma história boa e coerente com o que milhões de pessoas já se identificaram, pelo menos, uma vez na vida.
Com estreia em 20 de junho no Brasil, o filme é da Pixar e Walt Disney Pictures, dirigido por Kelsey Mann e com roteiro de Dave Holstein e Meg LeFauve.
De forma bem-humorada, o filme é um espetáculo de realidade que ensina, mais uma vez, que cada sentimento precisa ter seu espaço e tempo. Com a Riley entrando na puberdade, todos os sentimentos ficam à flor da pele e nem eles sabem o que fazer dentro da cabeça dela. São muitas mudanças, inclusive, com a chegada de novas emoções: Ansiedade, Invej(inh)a, Vergonha e Tédio – deitado no sofá sem largar o celular um segundo sequer.
No primeiro filme, temos emoções com descrições muito claras e objetivas, como a infância é. Agora, elas precisam lidar com a complexidade de um novo estágio da vida da protagonista. Além disso, os novos sentimentos chegaram para ficar e todos precisam aprender a coexistir pacificamente, ou as consequências podem ser desastrosas.
A dublagem brasileira dá um banho de contexto e memes atuais, afinal, temos uma adolescente em cena. É tão bem feito que você consegue nem se lembrar de quem são as vozes, com uma atuação que casa muito bem com cada personagem.
A animação, é claro, é um espetáculo à parte, com traços, coloração, 3D, tudo contribuindo para uma ambientação completa das cenas, trazendo sentimento para os momentos-chave do filme. A engenhosidade com que tudo é construído dentro da mente da Riley contribui para uma imersão completa nos cenários e na trajetória dos 5 personagens já conhecidos que são, simplesmente, expulsos de seus postos para dar lugar aos novos (por livre e espontâneo chute mesmo).
Com a Ansiedade no controle da mente da protagonista, tudo tem uma GRANDE chance de dar errado. O que me trouxe à clara reflexão da importância do equilíbrio entre as emoções em uma época quando todos estão extremamente ansiosos, deixando que essa personagem pequena e laranja tome conta. Os efeitos podem ser terríveis se não tratados e equilibrados com o retorno de todas as demais emoções em seus devidos lugares. Todas elas são importantes no lugar certo.
O filme é recheado de piadas bem feitas e encaixadas também nos seus devidos lugares, algumas dão até uns sustos na gente. A evolução da história é emocionante, mas não me fez chorar como no primeiro filme. ALERTA DE SPOILER: sem mortes de personagens fofos e super apegáveis, nessa produção você se identifica mais com a história, reflete mais e tenha, talvez, um pouco de Nostalgia (outra emoção MARAVILHOSA), mas é menos chorável.
Como costumo avaliar no Qual é a das quintas?, de segunda a sexta, esse é um filme sexta-feira à noite. Me surpreendi e convido você a se divertir – MUITO -, refletindo sobre os rumos que os seus próprios sentimentos têm levado você, mas sem te deixar na deprê… talvez, só um pouco ansioso haha’ brincadeirinha.
Ah! Muito importante: tem cena pós-créditos, ok? Bem divertida, aliás. Fique até o final.