No último domingo, a HBO exibiu o episódio final da primeira temporada da série The Last of Us, baseada no aclamado jogo eletrônico de mesmo nome. A temporada é amplamente considerada como a melhor adaptação de videogame para a tela, graças à sua habilidade em expandir o enredo original e criar personagens envolventes.
O elenco é liderado por Pedro Pascal (Joel) e Bella Ramsey (Ellie), que entregam performances poderosas. Pascal, já conhecido por seu trabalho em Narcos, The Mandalorian e Game of Thrones, tem uma presença magnética na tela. Ramsey, que conquistou fama como Lyanna Mormont em Game of Thrones, é uma revelação como Ellie que veio para calar a boca de todos aqueles que duvidaram.
The Last of Us aborda temas importantes como sobrevivência, sacrifício e paternidade, com Joel como um pai amargurado que perdeu sua filha e reluta em se apegar a Ellie, uma menina imune ao fungo que pode ser a chave para a cura. Ao longo da temporada, Joel aprende a cuidar de Ellie e a protegê-la como se fosse sua própria filha, em uma jornada emocionante que fala sobre a redenção e a importância da conexão humana, usando os infectados como pano de fundo para abordar a perda da humanidade.
A série oferece uma lição valiosa sobre adaptações, mostrando que não se trata apenas de replicar o enredo do jogo na outra mídia, mas sim de aprimorá-lo com informações que facilitem a compreensão do público e envolvam emocionalmente os espectadores. É claro que o fato de ter o próprio autor envolvido ajudou, mas também todo o carinho e atenção que a produção teve para com a obra. Se destaca principalmente na forma como aprofunda melhor os personagens e alguns momentos de tensão, como por exemplo logo no primeiro episódio quando temos mais tempo de tela para conhecer melhor a Sarah e a sequência de fuga que é ainda mais tensa, graças a modificações cuidadosas no roteiro e à adição de novos elementos. A temporada acerta em cheio em ambos os aspectos, especialmente nos dois primeiros episódios que são introduzidos ambientando a discussão sobre o risco do fungo mortal cordyceps infectar seres humanos e dizimá-los caso possam se adaptar para sobreviver em seres humanos, o que felizmente ainda não é possível.
Também é visualmente deslumbrante, graças às escolhas cuidadosas de direção e cinematografia que criam a atmosfera pós-apocalíptica da história. A movimentação da câmera é particularmente eficaz em criar tensão e aumentar o suspense. A trilha sonora também ajuda a criar, não só os momentos de tensão, mas aqueles de calmaria que servem para aproximar os personagens.
Embora alguns possam argumentar que a jornada de Joel e Ellie no seriado não apresenta tantos obstáculos quanto o jogo, a narrativa funciona perfeitamente na tela. The Last of Us é uma adaptação brilhante que merece todo o reconhecimento que recebeu.