Em DC Liga dos Superpets, Krypto, o Super-Cão, e Superman são melhores amigos, inseparáveis, que combatem o crime em Metropolis lado a lado e compartilham os mesmos superpoderes. Quando Superman e os membros da Liga da Justiça são sequestrados, Krypto deve convencer um atrapalhado bando de um abrigo de animais – Ace, o Batcão; PB, A Poderosa Oinc; Merton, a Tartaruga-Foguete; e Chip, O Esquilo – a dominar seus poderes recém-descobertos e ajudá-lo a resgatar os super-heróis.
Aventura focada em animais de estimação consegue divertir crianças e adultos, e ainda agradar fãs da DC Comics com humor acertando nas referências e até ousando em cutucar a Marvel para quem estiver prestando atenção.
Fórmula funciona muito bem, tirando gargalhadas do público quase constantemente, mas erra quando tenta criar momentos tristes que além de destoarem demais do resto do filme também são bregas. Um específico envolvendo o cão Ace com uma música localizada. Tal momento me tirou completamente do divertimento do filme, deixando óbvio o ponto forte do roteiro ser especificamente a comédia.
Apesar de conter clichês quanto às habilidades dos superpets (a tartaruga que fica super-veloz, o esquilo agitado com poderes elétricos), é na personalidade de cada animal que isso é compensado, pois controlar suas recém-adquiridas habilidades e superar suas inseguranças é o mote da história, escrita pela dupla de LEGO Batman – O Filme, John Whittington e Jared Stern. O último também assina a direção ao lado de Sam Levine que tem no currículo Detona Ralph e foi parte do departamento de animação em Tarzan da Disney. Esse time também traz momentos épicos dignos de um filme da DC. Destaco aqui a cena de Lulu, vilã do filme, obtendo sua capa. É de arrepiar!
A lição não para por aí. Um arco que vai na contramão dos outros personagens é o de Krypto, o Super-Cão. Mas não de maneira negativa, pelo contrário, é um arco de humildade e sociabilidade. Partilhar seu conhecimento com os outros sobre o que é ser um herói e como controlar seus poderes já seria o suficiente para deixa-lo de “patas cheias”. Além disso ele precisa aprender a lidar com a perda de seus poderes. Sim, é um clichê, mas que toda geração de crianças deve aprender. Não é porque podemos mais aos outros que merecemos mais. As lições aprendidas por Clark Kent, não foram absorvidas por seu cão. Aliás, esse não é um filme de animais que conseguem se comunicar com pessoas. Eles falam entre si apenas.
Uma rápida menção à localização em português. A adaptação do texto ficou muito boa, com um elenco de vozes excelente! Dito isso, ao rolar dos créditos não há nenhuma menção aos dubladores. São estampados na tela cada personagem ao lado do nome das vozes originais, como Dwayne “The Rock” Johnson e Kevin Hart, apesar do público não ter ouvido eles na versão dublada. Como podem ser vistas diversas frases traduzidas escritas em objetos durante o filme, não existe desculpa para não modificar esse texto e dar destaque aos atores responsáveis por dar vida aos personagens ao redor do mundo.
O resultado é divertimento puro. Destaque para Lulu, uma porquinha da Índia (não a chame de hamster se não quiser sentir toda sua ira!) sem pêlos, com poderes telecinéticos vivendo a ilusão de ser a braço direito de Lex Luthor, mas na verdade não passa de uma cobaia dos laboratórios do vilão. Ela rouba a cena na vibe Megamente. É a antagonista que adoramos. Uma sequência sempre depende do êxito financeiro e com as atuais mudanças de liderança na Warner Bros/Discovery esse futuro é uma incógnita. Mas é uma linha de filmes que merece existir, pois não é só de Batman do Matt Reeves que se curte histórias de heróis.
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