Nos últimos anos a Capcom tem entregado ótimos jogos, Monster Hunter World e Devil May Cry 5 foram grandes sucessos, mas quando se trata de uma de suas principais franquias que é Resident Evil a reinvenção com o capitulo 7 da serie foi um respiro para os fãs de longa data.
Desde Resident Evil 4, a serie tem entregado títulos muito aquém dos seus predecessores levando a serie para um lado completamente voltado pra ação o que desagradou muito fãs com o passar dos anos. Com o sucesso de Resident Evil 7 a Capcom viu uma oportunidade pra finalmente trazer os remakes de Resident Evil 2 e 3, os dois títulos mais populares da série. Porém diferente do remake do primeiro capitulo eles quiseram não apenas inovar, mas trazer uma cara nova e colocar novos elementos dentro da narrativa e na jogabilidade. Podemos dizer que Resident Evil 2 é o remake definitivo de um jogo, então como melhorar isso em uma sequencia que já era esperada por seus fãs? Seria possível melhorar algo tão bom? A resposta é sim. O terceiro titulo da serie não só evolui o que foi feito no anterior, como melhora a jogabilidade e se aprofunda mais em personagens que eram bem rasos no original de 1999.
Se passando 24h antes dos acontecimentos de Resident Evil 2, o terceiro titulo nós coloca no controle de Jill Valentine, Ex-S.T.A.R.S (Serviço de Resgate e Táticas Especiais), um grupo de Elite comparado a SWAT, junto com ela temos Carlos Oliveira que faz parte da UBCS (Serviço de Contramedida de Risco Biológico da Umbrella), junto com alguns outros membros eles tem missão de sair de Raccon City antes que a cidade seja destruída, tendo que escapar de zumbis e ainda tendo o desafio fugir de Nêmesis, uma arma bio-orgânica criada pela Umbrella como forma de super soldado.
Em comparação com o Remake do 2, RE3 melhora os controles deixando eles um pouco mais fluidos, senti uma melhora na questão da mira, e a esquiva faz muita diferença para certas situações, porém aprender o tempo para usar a mesma é um pouco chato ás vezes, e senti mais dificuldade em usar a esquiva principalmente em zumbis normais, quando era contra o Nemesis já achei bem mais fácil.
O design dos zumbis deu uma melhorada significativa, percebi uma variedade bem maior de zumbis nesse jogo do que no segundo, onde era muito repetitivo. Até na degeneração você percebe a melhora, quando atira no braço do alvo e ele começa a soltar com detalhes. Os monstro maiores também estão bem assustadores e com visuais remodelados do clássico, uma das que mais gostei foram as aranhas que você encontra quando tem que reativar a energia da usina para religar o trem, que é na primeira hora do jogo, o visual delas é bem grotesco e quando elas pegam você e colocam um parasita dentro do seu corpo é bem nojento e assustador, foi uma das áreas que eu tentei correr ao máximo para sair logo pois me deixou tenso.
Agora vamos a uma das estrelas do jogo, que leva seu nome no título original, a reimaginarão de Nemesis ficou simplesmente incrível! Ele está mais ameaçador que nunca e suas outras formas são tão ameaçadoras quanto. Diferente do Mr. X, que você conseguia ouvir os passos e uma musica ia aumentando quando ele se aproximava, Nemesis pode sair de qualquer lugar, vindo do alto de um prédio ou de uma parede, sua ameaça em certos trechos é constante, podendo matar Jill com apenas 3 golpes, dependendo do modo de jogo que você estiver.
Uma das coisas que me agradou bastante dentro desse Remake foi como eles deram mais profundidade e personalidade para Jill e Carlos, principalmente Carlos, é um personagem que você vai aprendendo a gostar durante o jogo, e quando terminei queria ter jogado um pouco mais com ele. Mas a Jill é a estrela do jogo junto com Nemesis, mostrando porque ela faz parte de um esquadrão de Elite. O crescimento dela como personagem dentro da trama é gratificante de se ver, espero ver ela em continuações como Resident Evil 8 com essa nova roupagem.
Tendo falado dos pontos positivos e das melhoras significativas, preciso dizer que esse jogo não deveria ter saído agora, eu achei o jogo divertido e tenso, sabendo dosar bastante entre ação e terror. Mas é muito curto pra um valor de jogo cheio, eu demorei pouco mais de 5h na primeira vez para zerar, isso explorando muito os cenários, esperava um jogo de pelo menos 10h com áreas bem maiores pra se explorar. Senti falta dos puzzles que o original tinha, não tive nenhuma dificuldade com os poucos no decorrer do jogo, no RE2: Remake essa parte foi bem eficiente. Apesar do jogo ser excelente ele parece ter sido um pouco corrido, gostaria de ter tido uma experiencia de exploração da cidade um pouco maior, e me decepcionei com relação a isso.
Mas fico feliz com o trabalho que a Capcom tem feito de renovação da série, me alegra muito a direção que eles têm tomado e espero bastante do RE8 e do remake do 4. Ver o 4 no motor gráfico da RE Engine será algo espetacular, pra um jogo enorme como aquele, espero ansioso boas horas de jogatina quando esse titulo chegar, porque não é questão de “se”, mas sim de “quando”.