Enquanto ainda falta exato um mês para a segunda parta da terceira temporada da série animada que adapta o mangá Shingeki no Kyojin, mais conhecido no Brasil como Attack on Titan ou O Ataque dos Titãs, a série em quadrinhos está chegando em sua reta final, revelando todo o passado obscuro e preparando o terreno para o clímax, o que nos leva a crer que o anime só chegará até a quarta temporada, mas até isso pode demorar um pouco.
Para quem não acompanha a série, vale assistir nosso Resumo Èpico, escrito por mim e apresentado pelo Vinicius do Tentáculo, mas com uma pegada mais de humor, é claro, mas se você quer saber realmente o que aconteceu até agora, vou fazer um resuminho:
A série começa com o vilarejo de Shiganshina sendo atacado por titãs após o rombo provocado pelo Titã Colossal na Muralha Maria depois de 100 anos de paz. Com isso, os amigos Eren, Armin e Mikasa juram se vingar dos titãs e se alistam para a Tropa de Exploração. Após um novo ataque, cinco anos depois, Eren descobre ser também um titã e a Tropa descobre que os titãs são na verdade pessoas transformados e que existem mais outros humanos que podem se transformar em titãs infiltrados na Tropa e que eles vieram de fora das muralhas.
Até aí parou a série animada, mas a próxima parte da temporada trará revelações que se você que está lendo prefere não saber, sugiro que pare de ler agora.
(Atenção! A partir daqui começam os spoilers – revelações de enredo)
Após a Guerra Civil, já retratada na adaptação, a Tropa de Exploração com a ajuda de membros da Polícia Militar sai numa missão de retomada da Muralha Maria e de reconhecimento do porão sob o terreno do lar dos Yeager, cujo o Dr. Grisha Yeager, pai do protagonista Eren, disse no primeiro episódio que lhe revelaria o que lá contem, e deixou-lhe uma chave. Chave esta que não servia para a porta do porão, mas sim, para uma gaveta secreta que continha três livros com as informações sobre o mundo lá fora.
Assim é revelado o passado do Dr. Grisha, que ele é na verdade um eldiano, um descendente de Ymir, que foi a primeira mulher a se transformar num Titã. Tal acontecimento dividiu a humanidade anos depois naqueles que acreditaram que Ymir foi uma bruxa que fez pacto com o Diabo para conseguir o Poder do Titã e aqueles que acreditavam que na verdade ela recebeu este dom de Deus. Após a morte de Ymir, surgiram, dentre seus descendentes, outros Titãs, cada um com um poder diferente e de alguma maneira, foi desenvolvida a habilidade ou ciência de transformar eldianos em Titãs que passaram a ser usados como armas numa guerra entre eldianos e o resto da humanidade.
De alguma forma, os eldianos foram vencidos pelos marleyanos que passaram a prendê-los num distrito cercado por uma muralha. Os eldianos passaram a ser obrigados a usar uma faixa em seus braços com um símbolo para identificá-los como eldianos, assim passando a ser reconhecidos e odiados pelos marleyanos que já os oprimiam mantendo-os exilados e os referindo como demônios. Já identificou aí a semelhança para com os nazistas e judeus?
Uma curiosidade é que, esta história de Ymir e seus descendentes é inspirada também no Velho Testamento. Existe uma lenda de que os gigantes citados no Velho Testamento, como o famoso Golias, são descendentes de Lilith, inclusive esta é a origem da Feiticeira Branca em As Crônicas de Nárnia e a explicação para ela ser tão alta. Os eldianos, neste caso, além de semelhantes aos judeus, seriam semelhantes a seus parentes próximos, os anaquins, que são os descendentes dos gigantes, mas que se misturaram com o povo hebreu, porém ainda mantendo a linhagem de Anaque, o primeiro gigante.
É interessante notar que, neste universo de Marley e da infância de Grisha Yaeger, a tecnologia ainda é dieselpunk como do início do século 20, levando a uma referência de que a Guerra dos Titãs que está para acontecer fosse um paralelo para a Segunda Guerra Mundial. A comparação para com o exílio e holocausto de judeus foi ainda mais reforçada no recente capítulo 114 que conta a infância de Zack Yeager e a ascenção de Eren como um possível vilão retaliador, o que deixou alguns leitores preocupados com a linha que a série pode seguir. O que é bem lógico é que o autor, sim, está remetendo a Segunda Guerra Mundial, e não seria o primeiro autor japonês a fazer isto, logo que a guerra é traumática para os japoneses até hoje e motivo de criação de inúmeras obras pondo o ocidente ou a humanidade como inimiga.
Shingeki no Kyojin retorna ás telas no dia 29 de abril deste ano.