Antes de mais nada, não estou aqui para defender Marvel ou DC Comics porque, na verdade, eu gosto de quadrinhos como um todo. Dito isso, posso afirmar que Mulher Maravilha é um dos melhores filmes de quadrinhos da história. Sem exagero! Tanto que já quero ver de novo.
O roteiro é bem amarrado, figurino e maquiagem lindos, os efeitos bem elaborados (embora haja exagero em câmera lenta, mas isso acontece em quase todos os filmes de super-heróis), a trilha sonora marcante é fantástica e as interpretações são ótimas. Tem muita ação, drama, comédia e romance, tudo de forma bem equilibrada.
Tem chuva de referências e fanservice? Tem. Mas, nada que atrapalhe o entendimento de quem não conhece muito a personagem. E, uma coisa maravilhosa é o fato de ter sido dirigido por uma mulher. Patty Jenkins mandou bem em criar uma atmosfera feminina e forte nas telonas com todas as nuances de cores que uma heroína como Mulher Maravilha merecia em seus 75 anos de história.
Há uma conexão logo no início do filme com Batman vs Superman. Bruce Wayne acha uma foto de Diana Prince na época da Primeira Guerra Mundial no outro filme, mas uma versão digital. Neste longa, ele envia o original a ela e, a partir daí, começa a relembrar o passado e sua história é contada desde sua infância.
Mostra como ela conheceu o primeiro homem, no caso o espécime “acima da média” Steve Trevor (vivido por Chris Pine). O acima da média é uma piada do filme, tá gente? Entendedores entenderão. Diana e Steve vão construindo uma relação de confiança, respeito e amor durante a trama de uma forma muito interessante e os dois atores têm bastante química.
As cenas de treinamento e lutas das amazonas vividas pelas atrizes Gal Gadot, Connie Nielsen (Hippolyta) e Robin Wright (Atiope) estão impecáveis. Temiscira (uma mistura de Itália e Nova Zelândia) está estupenda! Há CG? Há, mas é um recurso utilizado com sapiência, não achei artificial.
A construção da personagem foi muito bacana. Desde pequena (aliás, a atriz mirim Lilly Aspell é uma fofa), ela já queria lutar. Mesmo com toda sua ingenuidade, Diana quer proteger inocentes e lutar contra o mal. Uma verdadeira heroína. Aliás, sua inocência faz parte da espinha dorsal da trama. Mostra que ela é superior aos homens e entende que eles são naturalmente selvagens e maus, às vezes. Mas, há amor e só isso já vale a pena salvá-los do Deus da Guerra, Ares.
Gal Gadot fez tudo aquilo mesmo grávida. Espantoso, bato palmas mesmo. Ela teve meses de treinamento, fora seu treinamento militar quando mais nova. Com certeza tudo isso não foi em vão. E sua indumentária toda é um espetáculo à parte: os braceletes, a corda, a espada, o escudo… Tudo usado na hora certa. Um mulherão da porra.
Agora quero ver a Liga da Justiça mais por causa dela do que por qualquer outro motivo. E só um aviso: não há cenas pós-crédito, mas vale a pena ver os créditos, são uma verdadeira obra de arte.
5/5