Com uma pegada teatral bem distribuída em arranjos pseudo-futurísticos e um electro pop bem exagerado do jeito que gostamos lembrando “Born This Way”, Lady Gaga traz em “Chromatica” uma oportunidade de voltarmos ao pop eletrizante do final dos anos 2000 que nós, Little Monsters, estávamos aguardando ansiosíssimos.
Produzido pelo produtor Michael Tucker, mais conhecido como BloodPop (ajudou Gaga a criar “Joanne” em 2016), com a mãozinha dos dj’s Axwell e Skrillex e mais seis produtores, dentre eles Max Martin, que trabalhou com Britney Spears e Katy Perry, o sexto disco da diva pop não teria como não ser sucesso. Antes mesmo do lançamento nessa sexta (29), os singles e clipes lançados precedidos ao álbum acumulam milhares de visualizações e posições importantíssimas nos rankings das plataformas de stream.
O primeiro single, “Stupid Love”, foi lançado em fevereiro já estreando na primeira posição do ranking do iTunes em 58 países e com quase 10 milhões de visualizações no YouTube nas primeiras 24 horas. O clipe se tornou o maior lançamento da cantora até então, superando a marca de 7,8 milhões de visualizações no vídeo de “Applause”, em 2013, neste momento já passou a marca de mais de 86 milhões de visualizações.
Na última sexta (22), a cantora nos apresentou “Rain On Me”, o segundo single na parceria com outra diva do pop, Ariana Grande, que foi hit instantâneo marcando a maior estreia no Spotify em 2020 e alcançando a 1ª posição no ranking global. Também estabeleceu um recorde para o maior número de streams em um dia de uma colaboração feminina na história da plataforma, além de seu vídeo já ultrapassar mais de 64 milhões de visualizações.
Além de Ariana, o disco conta com a participação do grupo feminino sul-coreano BLACKPINK, que também atingiu os primeiros lugares do iTunes em diversos países com “Sour Candy”, disponibilizado ontem (28). Além das vozes femininas, fomos presenteados com a voz de seu amigo e mentor Elton John, na faixa “Sine from Above”, bem sentimental e marcante como “um sinal vindo do céu” como diz a letra da música.
Depois da era country marcada em “Joanne” e nas músicas do filme “Nasce Uma Estrela”, a diva volta “salvando o pop” como muitos estão dizendo. A proposta que ela trouxe em “Chromatica” é querendo proporcionar alegria e descontração, de alguma forma mesmo que seja difícil por conta do momento conturbado que estamos passando. Em entrevista ao radialista Zane Lowe, Gaga explicou o motivo de um álbum dançante que foi escrito em meio a complicações por sua depressão e a dor física da fibromialgia.
Eu ficava chorando ou desabafando sobre algo que tinha acontecido, minha dor, minha depressão. Eu começava o dia mal, mas até o fim dele estava dançando e olhando no espelho, praticando a coreografia. Todo dia foi uma experiência iluminadora… Acho que a melhor maneira de descrever o disco é que coloquei todo o meu coração ali, minha dor, as mensagens que recebi. São músicas que acredito serem divertidas e enérgicas. Quero que as pessoas dancem e se sintam felizes.
Além de excitantes, as músicas trazem letras com temas importantes como em “Free Woman”, em que a cantora fala sobre o abuso sexual que sofreu de um produtor, quando tinha 19 anos, e que se curou e se tornou uma mulher livre por conta da sua paixão pela dança e a música. Nas últimas faixas, a sentimentalidade melancólica é bem presente em “Sine from Above”, parceria com Elton John, e “1000 Doves” mostram uma solidão sendo curada com muitas lágrimas e um levante de uma significativa amizade com o cantor.
Nesse álbum, Gaga entrega alguns dos seus momentos mais difíceis da vida com a mensagem de que precisamos nos sentir vivos apesar das dificuldades. Não deixem de ouvir “Chromatica”!