Universo Spanta | A segunda noite do festival reuniu gerações com Marina Sena, Simone, Maria Gadú, Rebecca, Pabllo Vittar, Johnny Hooker, Adriana Calcanhotto, Rubel e Thiago Pantaleão

Ao adentrar a Marina da Glória (RJ), já era possível sentir a energia de um dos festivais mais esperados do pré-carnaval da Cidade Maravilhosa. Situado em um dos pontos mais bonitos da cidade, o Universo Spanta iniciou a sua segunda noite (05) com apresentações incríveis e atrevo-me a dizer inesquecíveis. 

De longe, era possível ouvir a voz potente de Thiago Pantaleão. O cantor de 26 anos entregou excelência com seus hits e músicas clássicas do R&B internacional, no palco Lapa. Pantaleão entregou exatamente o que o pop brasileiro pede: voz, performance e carisma. O público vibrava ao ouvir as músicas que tratavam de experiências universais como o amor, o desejo e, por vezes, a frustração sobre o objeto desejado. Sendo esse o primeiro show com que tive contato ao chegar no Universo Spanta, o mood do festival foi definido: uma noite única e cheia de ritmo, dança e cores.

Precisamos (sim, precisamos) falar sobre Marina Sena! Alvo de inúmeras críticas virtuais, Marina Sena se mostrou como uma das vozes mais potentes do pop brasilerio atual. O show foi eletrizante do começo ao fim. Desde suas músicas mais conhecidas às que não tocam a todo momento, Marina Sena provou que entrega tudo o que promete. A apresentação de Sena é arrebatadora: seja pelo carisma, seja pelo modo que ela performa suas músicas com tanta entrega e vida. Ficar parado em um show como o que testemunhei no Universo Spanta não era uma opção. A mineira conquistou mais uma vez o Rio de Janeiro e promete que não irá parar por aí.

Adriana Calcanhotto, tesouro da música brasileira, abrilhantou o palco Lapa com sua performance etérea –quase espiritual– que permanece no gosto do público. Cantando seus hinos atemporais, Calcanhotto mostrou que ainda é uma das maiores artistas e compositoras do país. Com um show leve, sem exageros, mas muito aconchegante e terno, Adriana conquistou, junto ao cantor Rubel, aqueles que se deliciaram ao som do que temos de mais lindo na MPB.

No palco Guanabara, o maior do festival, localizado mais acima no terreno da Marina da Glória, Simone encantou o público presente. O show foi um encontro perfeito de gerações. O público fiel de Simone entoava suas músicas de olhos fechados, braços erguidos e muita emoção; o público mais jovem foi embalado pela presença magnética que Simone tem no palco. E põe presença nisso! Vestida de paetê da cabeça aos pés, Simone se apresentou com hits de décadas anteriores, assim como canções mais conhecidas. Testemunhar tanta gente vidrada na entrega de Simone no palco só nos faz ter a certeza de que ela se mantém como ícone brasileiro e uma das maiores vozes do nosso país. 

Acompanhando a cantora, tivemos a honra e o privilégio de ouvir Maria Gadú exalando musicalidade e carisma no palco. Gadú se consagra, mais uma vez, como uma das maiores vozes do país, assim como uma exímia compositora. Não havia uma pessoa sequer que não conhecesse suas músicas e sentisse a magia que ela exalava no palco Guanabara. De fato, juntar esses dois ícones da música brasileira foi um acerto gigante dos idealizadores do festival. 

Com o coração partido, calça justa e óculos escuros, a voz de Johnny Hooker arrebatou os presentes nas primeiras notas cantadas. Juntando suas canções às inesquecíveis composições de Marília Mendonça, Hooker levou o público ao delírio com o “Clube da Sofrência”. A sensação é que a performance do cantor foi uma experiência catártica para os presentes. O timbre não convencional do artista levou a plateia a dançar, esbravejar e se deliciar com as dores e as delícias das experiências vividas –ou não– por Johnny Hooker. Vida longa à rainha Marília Mendonça e àqueles que fazem questão de manter seu legado vivo! 

Fechando a noite, Rebecca –antes conhecida como MC Rebecca–  se apresentou com muito carisma e confiança para um público maior que o usual. A cantora fez questão de dar o tom do show com muitos hits conhecidos e que, com certeza, fizeram todos caírem de boca no funk carioca. O espetáculo foi cheio de energia e convencendo todos os presentes do grande potencial que a artista tem para conquistar ainda mais o Brasil. O público foi à loucura quando a digníssima Pabllo Vittar se fez presente no palco, junto à cantora Vivi, para apresentar a nova música AEIOU. Não havia uma única alma que tenha ficado parada durante todo o show. Foi um encerramento digno a um festival que está se propondo a trazer novas e maravilhosas vozes para o palco cultural que é o Rio de Janeiro. 

A primeira noite do Universo Spanta foi marcada por muita excelência, um lineup incrível e a possibilidade de viver o que há de melhor da música popular brasileira.  Ter a Marina da Glória como palco do festival, em pleno verão carioca, foi um privilégio à parte. Temos essa certeza de que o que virá nos próximos dias de festival será ainda mais grandioso e marcante na cena cultural da Cidade Maravilhosa. 

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