Universo Spanta dribla chuva e agita a noite carioca com grandes nomes da Nova MPB

Reprodução: Universo Spanta.

Colocando à prova a capacidade do carioca de casa em dia de chuva, a edição de 2023 do Universo Spanta conseguiu sustentar o público com os artistas de peso que convocou para seus três palcos. Esta edição contou com uma estrutura bem-preparada para a chuva e fez tremer a Marina da Glória. Com uma vista privilegiada para a baía de Guanabara, o público pôde curtir com segurança as espetaculares performances que chamavam para dançar na chuva mesmo quem não antes não pretendesse. A dedicação da organização não foi em vão: o público vibrou e cantou em coros arrepiantes com os principais artistas da noite.

No Palco Corcovado, o grupo Lamparina colocou os ouvintes para pular com seus grandes sucessos. Com sua voz única, Marina Miglio mostrou que a banda gosta de ficar de onde veio: no meio do público. Sem medo de fazer ao vivo e mostrar de perto para quem duvidar de sua potência, ela desceu do palco e cantou em meio ao público que, encantado, cantava junto e apreciava a extravagância da banda que vai ganhando cada vez mais espaço nos grandes eventos, para a graça da cena.

E como os mineiros estão em alta – ou em alta esses artistas colocaram os mineiros – Marina Sena subiu ao Palco Guanabara com seu novo repertório para lembrar por que, nos últimos anos, se tornou uma das artistas brasileiras mais prestigiadas do momento. Depois de dois shows esgotados no Circo Voador em 2022, sua apresentação no Spanta foi a primeira do ano e mostrou a versatilidade da cantora que mesmo ainda performando seu primeiro álbum “De Primeira”, tem repertório e criatividade de sobra para tornar tudo novo de novo.

Aos aclamados hits “Por Supuesto” e “APENAS UM NENÉM”, somaram-se “Meiga e Abusada”, de Anitta, “Poesia Acústica 12 – Pra Sempre” e a versão do Especial de Primeira de “Voltei pra Mim”, na qual aposta nos vocais altos e longos, que só evidenciam sua potência. Os figurinos novos, as coreografias sincronizadas e com a direção artística revitalizada, Marina Sena, com seu talento e simpatia continua sendo a grande estrela de seu show.

A banda Gilsons entrou em seguida, aumentando as expectativas dos ouvintes, eles tinham um convidado especial: Gilberto Gil. Com sucessos do último álbum “Pra Gente Acordar”, somaram-se às parcerias com a Jovem Dionísio, “Algum Ritmo”, e Mariana Volker, “Devagarinho” agradaram e tornaram leve uma noite inquieta. Com um talento para os palcos desde novos, com a banda Sinara e seus projetos individuais, o público não os deixou cantar sozinhos uma vez sequer.

Então, quando se realizou o esperado chamado a Gilberto Gil — que, em uma inversão que só a Nova MPB é capaz de fazer, foi o convidado e não quem convida —, o público foi à loucura. Em uma imensidão de aplausos e coros entoados com o nome dele e “Gil, eu te amo”, a honra de ver no palco o lendário artista da Tropicália com seu filho e seus netos, arrepiou qualquer um que apreciasse ambos. O encontro não é, de forma alguma, uma passagem de bastão, mas uma bela festa em família — e uma que marcou e, aparentemente, continua a marcar a música brasileira. 

Às 3h da madrugada, o público ainda vibrava ao som de Duda Beat, e não teve temporal que diminuísse a audiência da pernambucana. Convidando Flor Gil ao palco, a cantora finalizou o festival em grande estilo, fazendo valer a espera, não foi à toa que foi escolhida para o encerramento: Duda Beat é uma força da natureza. Com sua presença de palco única, não faltou quem saísse de mais uma noite do Universo Spanta extasiado pela estrutura e grandeza do festival que neste ano se estabelece como um dos maiores do Rio de Janeiro.

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