Review | Anavitória, BRAZA e Armandinho esgotam o fim de semana na Fundição Progresso

Reprodução: Fundição Progresso.

No último fim de semana, a Fundição Progresso recebeu três grandes nomes da música brasileira: a dupla Anavitória, BRAZA e Armandinho. O público pode parecer completamente diferente ao leitor, mas a Fundição é uma casa versátil, querida por todo e qualquer artista e público.

Ana Caetano e Vitória Falcão escolheram o local para o penúltimo show da turnê do álbum COR, apenas três meses após terem tocado no Circo Voador. Mas público não foi um problema para o duo, pois a noite foi de ingressos esgotados. Em uma belíssima performance e uma legião de fãs apaixonados — entre si e por elas  — que, inúmeras vezes, cantava mais alto que elas, o show marcou os corações dos presentes que puderam ouvir pela última vez em algum tempo os grandes sucessos como “Partilhar”, “Trevo” e “Ai, Amor”, além dos grandes sucessos do disco, lançado em LP no dia da apresentação, como “Amarelo azul e branco”, “Explodir” e “Lisboa”.

É certo dizer que Anavitória entrega ao público no quesito performático exatamente o oposto do que esperado de um artista: autenticidade. Sem momentos ensaiados, elas conversam com os presentes o que podem e sentem na hora e, sempre de pés descalços, dançam pelo palco como quem de fato está feliz em estar ali. Logo, o sentimento do público não poderia ser diferente.

Se por um lado Anavitória encheu corações com suas declarações delicadas, no sábado, Armandinho os encheu com seus clássicos de “outra vida”. Com a abertura alinhada e show digno de quem tem mais de vinte anos de palco, o BRAZA mostrou que não é à toa que Danilo Cutrim, Vitor Isensee, Nícolas Christ, agora com Pedro Lobo, continuam a ser queridos pelo público. Enganam-se os que atribuem à fama ao sucesso anterior, a proposta do BRAZA, transcende qualquer trabalho prévio e individual dos integrantes. Boa parte dos presentes se encontrava ali especialmente para vê-los.

A parceria com Armandinho parece fechar o círculo e data de anos, foi concretizada na música “Eu Sou do Mar”, composta e performada por Vitor Isensee (teclado e voz do BRAZA) e o artista. Somadas à essas estavam canções que marcaram gerações. “Semente”, “Desenho de Deus” e “Outra Vida” despertaram a nostalgia do público já fiel, que também esgotou a Fundição Progresso no dia 18. As do último álbum não decepcionaram como “Sol Loiro” e “A ilha”, e foram recebidas com coros empolgados. A presença de palco do artista e, principalmente, o número mais que animado de fãs tornam possíveis de entender por que Armandinho continua sendo um dos maiores nomes de seu gênero, se consagrando como um artista atemporal.

Com grandes sucessos, Anavitória, Armandinho e BRAZA entregaram noites memoráveis para os presentes. Mataram a saudade e despertaram a nostalgia daqueles que passaram inquietos os anos da pandemia sem poder ouvi-los. E assim, a Fundição Progresso terminou mais um ano como a casa não de um só estilo musical, mas de vários e, por que não?, da própria música.

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