Difícil recordar o momento exato em que vi o teaser deste filme, mas desde que meus olhos se debruçaram sobre ele, minha atenção foi roubada e sentia que Good Boy (Bom Menino) poderia entregar algo muito bacana pro gênero de terror. Mesmo ciente que seria uma proposta muito arriscada, ainda mais por se tratar de um filme de estreia do diretor Ben Leonberg, que além da direção, é co-roteirista do longa e o tutor do protagonista Indy.
Good Boy segue a história de um cão chamado Indy, que se muda para uma casa isolada no campo com seu dono, Todd. Ao longo do filme, Indy desconfia da casa e percebe a presença de forças sobrenaturais que ameaçam sua segurança. Com o tempo, Indy se torna o protagonista da batalha contra essas entidades, colocando o espectador no olhar único e sensível do cachorro diante do terror.

Que trabalho magnífico de atuação do nosso protagonista Indy, toda paciência da direção com centenas de dias de gravação, foram compensados por capturas belíssimas deste cãozinho, que traz muita verdade nas suas interações e sobretudo, no seu comportamento. Indy se faz como a grande estrela deste longa, trazendo toda sua sensibilidade canina pras cenas, principalmente no grande suspense envolto do ser sobrenatural presente na casa.
Os elogios da atuação de Indy, também permeiam a direção de Ben Leonberg, que consegue captar com muita eficiência todos os passos de Indy, além trazer um clima completamente soturno e fantasmagórico para cenas. Que apesar de utilizar escolhas um tanto clichês e jumpscares até evidentes, não trazem incômodos, principalmente por se tratar da perspectiva de um animal sensível, com que faz que nossa atenção se prenda ao cãozinho (é claro se você tem alguma humanidade).

Outra escolha que me agrada na direção de Leonberg, é trazer um pouco da magia de alguns cartoons antigos para esse filme, onde os humanos presentes não têm seus rostos completamente revelados de forma direta. Na maioria das cenas, temos apenas silhuetas, torsos e pernas destes humanos, intensificando ainda mais a presença de Indy e suas reações em cena, além de trazer alternativas diferentes de enquadramento.
O roteiro não é mirabolante e também não busca ser grandioso, com cerca de 73 minutos de longa, a narrativa entrega o suficiente para que não fique completamente repetitivo, ao mesmo tempo que se respeita as limitações de atuar com o cachorro real. Que para mim, enriquece a verossimilhança da realidade do bichinho, o que para nós pode começar a soar repetitivo, para os cachorros é só rotina e eles até gostam disso (excluindo a parte de viver sobre o temor).
🚨Alerta de Spoiler 🚨
Muitos devem estar se perguntando se o Indy morre, ou se acontece algo com ele, e acho que esse spoiler é justo para os que querem assistir, mas não gostam de ver bichinhos morrendo, posso dizer que: ele sobrevive!
Bom Menino estreia em 30 de Outubro pela Paris Filmes e não vejo a hora de poder discutir um pouco mais sobre algumas percepções que esse filme me trouxe.


