A série Invencível conquistou fãs com sua narrativa madura, personagens complexos e cenas de ação brutais, mas que também enfrentou críticas na segunda temporada por problemas de ritmo e animação. A boa notícia? A terceira temporada trouxe uma redenção parcial, equilibrando uma escrita sólida com momentos de puro cinema nos episódios finais.
Após a segunda temporada dividir opiniões, – e ser lançada em duas partes, o que gerou frustração – a expectativa para a terceira temporada era alta. Muitos fãs esperavam melhorias na animação, especialmente após um teaser que sugeria um estilo mais fluido. No entanto, a realidade foi um pouco diferente. A animação continua sendo um ponto fraco, com falta de fluidez em vários momentos, o que é ainda mais evidente quando comparada a produções como X-Men ’97, que estreou na mesma época e ofuscou Invencível em termos visuais.
Dito isso, a terceira temporada compensa com uma narrativa envolvente e desenvolvimento de personagens que mostram porque Invencível é tão especial. A série prova que, mesmo com limitações técnicas, uma boa história pode brilhar.
AVISO: Este artigo contém spoilers da terceira temporada de Invencível.
A temporada começa com Mark Grayson lidando com as consequências psicológicas de ter matado Angstrom Levy no final da segunda temporada. Esse evento define o tom desta, que explora temas como moralidade, redenção e o custo de ser um herói. O conflito entre Mark e Cecil Stedman é um dos pilares da temporada. Cecil, que já foi idealista, agora trabalha com criminosos para salvar o mundo, enquanto Mark luta para manter seus princípios. A revelação de que Cecil tem uma kriptonita contra Mark – um raio sonoro inspirado no kaiju de Atlântida – adiciona uma camada de tensão ao relacionamento dos dois.
O relacionamento entre Mark e Eve ganha destaque, com Eve se tornando uma conselheira crucial para Mark. A cena em que Mark finalmente pede Eve em namoro é um momento doce em meio ao caos. Debbie Grayson também segue em frente, começando a namorar um homem comum, enquanto cuida de Oliver, o meio-irmão viltrumita de Mark. Oliver, com sua falta de empatia pela vida humana, é um personagem fascinante e perturbador. Enquanto isso, na prisão viltrumita, Omni-Man e Allen planejam uma fuga. A cena em que Omni-Man admite sentir falta de Debbie é emocionante e mostra que até os viltrumitas têm coração – às vezes.
Se a temporada começa de forma despretensiosa, os três episódios finais são absoluto cinema. Parece que todo o orçamento foi guardado para esses momentos, com animação fluida, direção impecável e cenas de ação que deixam o espectador sem fôlego.
Um episódio emocionante sobre um meta-humano que perdeu sua família e se transforma em um super-vilão sem querer. A luta contra o Invencível é visceral e cheia de significado. A adaptação da Guerra Invencível é um dos momentos mais chocantes da série. A morte de Rexplosão – que estava se tornando um dos personagens favoritos dos fãs – é emocionante e bem executada, embora alguns possam achar que o arco merecia mais tempo para se desenvolver. A batalha contra o viltrumita Conquista é brutal e supera até a luta entre Mark e Omni-Man na primeira temporada. A cena em que Eve quase morre e desbloqueia sua forma suprema – lembrando a forma psiônica da Jean Grey – é de tirar o fôlego.
Durante a luta entre Mark e o Conquista, a série acrescenta um momento que não está no material original. O Conquista desabafa sobre como ele é apenas uma peça para o Império Viltrum, que todos têm medo dele e que ele só é chamado quando precisam de alguém forte para arrasar um planeta. Ele revela sua solidão e como só se sente vivo ao enfrentar alguém tão forte quanto ele. Esse desabafo humaniza o vilão e faz o espectador refletir sobre como os soldados viltrumitas também são vítimas do sistema opressor do Império. É um momento que expande a complexidade do universo de Invencível, mostrando que até os viltrumitas mais brutais podem ter sido moldados por circunstâncias trágicas.
A terceira temporada de Invencível é uma montanha-russa de emoções. Enquanto a animação ainda deixa a desejar, a narrativa e o desenvolvimento dos personagens mostram porque essa série é tão especial. Os três episódios finais são alguns dos melhores já produzidos pela série, com cenas de ação e momentos emocionantes que justificam toda a espera. Se você abandonou a série após a segunda temporada, vale a pena dar uma chance à terceira. Ela pode não ser perfeita, mas é uma prova de que Invencível ainda tem muito a oferecer.
E você, o que achou da temporada? Concorda com a crítica ou tem uma opinião diferente? Deixe seu comentário e não se esqueça de compartilhar este artigo no site da Terra Nérdica!