Ainda sob os efeitos etéreos do resultado do Oscar 2025, Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello participaram de uma coletiva de imprensa no dia seguinte, na segunda-feira (3 de março), e a gente estava lá para conferir tudo.
Eles estão muito felizes – ÓBVIO -, mas também estão muito cansados. Não foram poucas as vezes que o Selton e a Fernanda pediram um café e disseram que, depois dessa ultramaratona de divulgação do filme, eles precisam voltar para casa e dormir. Fernanda até brincou falando que, agora, quer fazer gastronomia e gravar um programa, num lugar paradisíaco, em que eles vão avaliar os pratos e não precisarão fazer mais nada.
Walter comentou que perdeu o papel com seu discurso e precisou improvisar na hora que recebeu a estatueta. No entanto, ele fez um resumo para nós e frisou que, no final, ele falaria em português BR algo como “Viva a democracia!” e “Ditadura nunca mais!”.
Reforçaram, também, a importância de filmes como esse e outros ganhadores, como No Other Land, brindando o mundo com assuntos importantes que não podem ser esquecidos. Além de realçar a importância do cinema independente que ganhou um grande destaque nesta edição do prêmio.
Infelizmente, não houve tempo para responder a pergunta que eu enviei, mas, indiretamente, Selton Mello respondeu quando contou sobre os efeitos que essa avalanche Ainda Estou Aqui trouxe para o cenário do cinema brasileiro: comentou sobre jovens sonhadores que, agora, decidiram estudar cinema porque viram que é possível seguir os seus sonhos.
É evidente o recado que tudo isso deixa para o mundo: a história da família Paiva não será esquecida, está viva, como algo que não pode mais se repetir. Em um momento tão crítico como o que vemos se desenrolando no cenário mundial, a mensagem é clara.
Para mim, particularmente, quando assisti ao filme e escrevi minha crítica aqui, sonhava com prêmios, mas não imaginava a repercussão que o longa teve no mundo todo. Minha alegria com tudo isso é imensa! Meu TCC da faculdade de jornalismo falou sobre um filme vencedor de Oscar que foi uma adaptação de livro (Spotlight) e também trazia para a luz um cenário que deveria ser combatido.
Não deixemos de falar sobre Ainda Estou Aqui, sobre histórias que precisam estar vivas para não se repetirem, sobre sonhos que também precisam estar vivos e se realizando pelos jovens e pelos velhos! Obrigada, Walter, Fernanda, Selton e todos que fizeram isso acontecer!