Chris Sanders, cineasta conhecido por seu trabalho em animações como Lilo & Stitch e, da maravilhosa trilogia, Como Treinar o Seu Dragão, retorna com uma nova aventura de animação chamada Robô Selvagem. Adaptada do livro de Peter Brown, a história é centrada em uma robô chamada Roz, que, após um acidente, precisa aprender a sobreviver em uma ilha inóspita. Ao longo da narrativa, o filme equilibra momentos de ação com reflexões profundas, abordando temas como conexão familiar, adaptação e identidade.
A animação impressiona ao mesclar elementos tradicionais em 2D com técnicas modernas de 3D e toques de aquarela, criando um visual deslumbrante que contrasta a natureza selvagem com a precisão mecânica de Roz. O resultado é uma obra que enriquece o cenário da animação atual, fazendo jus ao que já foi um ano marcante para o gênero, com filmes como Divertida Mente 2 quebrando recordes de bilheteria.
O elenco de vozes é um dos grandes atrativos, trazendo nomes renomados como Lupita Nyong’o, que dá vida a Roz, e Pedro Pascal, que interpreta uma raposa chamada Astuto. As performances vocais adicionam camadas emocionais aos personagens, ampliando a profundidade do enredo. Essas vozes ajudam a transmitir a evolução dos laços entre os personagens, explorando a importância de vínculos inesperados.
Bico-Vivo, o pequeno ganso que Roz adota após um acidente, desempenha um papel crucial na história, servindo como o elo emocional mais forte da trama. A relação entre Bico-Vivo e Roz é o centro do desenvolvimento emocional do filme, pois, ao cuidar do jovem ganso, a robô começa a experimentar e entender sentimentos que vão além de sua programação inicial. À medida que Bico-Vivo cresce, ele passa por suas próprias jornadas de autodescoberta e amadurecimento, refletindo a busca de Roz por um propósito e conexão. A interação entre os dois personagens não só fortalece o arco de Roz, como também destaca a importância das relações familiares, mesmo entre seres completamente diferentes. Além disso, a amizade de ambos com personagens de Astuto e outros animais da ilha mostra como o apoio mútuo e as alianças inesperadas são fundamentais para a sobrevivência e o crescimento pessoal.
Sanders utiliza o filme para refletir sobre questões relevantes da atualidade, como o impacto da tecnologia na sociedade e a desconexão entre humanidade e natureza. A trama sugere que, apesar de vivermos em um mundo cada vez mais automatizado, as verdadeiras conexões humanas e com o meio ambiente ainda são essenciais. É uma mensagem forte sobre a importância de equilíbrio entre inovação e preservação.
O humor e a ação do filme são bem dosados, garantindo que o público de todas as idades seja cativado. Embora a história tenha momentos dramáticos e emocionais, o filme também proporciona momentos de alívio cômico, especialmente através do personagem Astuto e sua interação com Roz. O ritmo rápido da narrativa mantém a atenção do público, sem nunca perder de vista os temas centrais.
Robô Selvagem se destaca tanto pela qualidade técnica quanto pela profundidade temática. Ele equilibra aventura e emoção, resultando em uma animação que provavelmente será lembrada por sua combinação única de ação, reflexão e inovação visual. Chris Sanders prova mais uma vez sua capacidade de criar histórias que tocam o coração do público, tornando este filme uma experiência envolvente e memorável para todas as idades.