Acabei de assistir os três primeiros episódios da terceira temporada de A Lenda de Vox Machina, e o que já posso dizer é que a evolução da série é evidente, começando pela qualidade da animação. Desde a primeira temporada, que foi financiada pelos fãs do Critical Role, o salto é gigantesco. Lá, com um orçamento limitado, o resultado foi bom, mas simples. A segunda temporada já mostrou o impacto do apoio da Amazon, e agora, nessa terceira, a diferença é gritante. A Amazon definitivamente abriu os cofres, entregando uma animação muito mais refinada e impressionante, com uma fluidez notável, especialmente nas cenas de ação.
Comparando com outra produção animada recente da Amazon, como Invencível, dá para perceber que, apesar da melhora na animação daquela série, ainda houve economia em algumas partes. Inclusive, Invencível chegou a usar um episódio com metalinguagem para explicar o motivo da animação mais limitada. Mas em Vox Machina, não tem esse problema. Mesmo nas cenas mais calmas, de diálogo, a qualidade está consistente e caprichada.
Falando de narrativa, já nesses três primeiros episódios somos apresentados ao grande vilão da temporada, e os embates são intensos logo de cara. Para quem gosta de Dungeons & Dragons, esses episódios são uma delícia visual, já que a série transita por diversos cenários do universo de D&D, como o Inferno – que já tinha destaque no trailer – e outras cidades como a Costa da Espada, mesmo não sendo tão conhecidas no próprio Baldur’s Gate, têm sua importância no lore de D&D.
Além disso, um dos aspectos mais legais é ver criaturas e monstros criados por Matt Mercer para o Critical Role ganhando vida na animação. Esses monstros fogem do óbvio que estamos acostumados a ver em jogos e filmes de D&D, como Baldur’s Gate ou o recente filme Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes. São criações originais que dão uma nova camada de imprevisibilidade à série e mostram o quão criativo e expansivo o mundo do Critical Role pode ser.
Para quem acompanhou os episódios do Critical Role lá no começo, é uma experiência única ver esses momentos ganharem uma nova vida na série. O fato dos próprios jogadores serem os dubladores traz um peso emocional ainda maior, já que eles estão literalmente revivendo aquelas cenas. A intensidade que sentíamos quando víamos o grupo jogando ao vivo é agora refletida em cada detalhe da animação. Os laços entre os personagens estão sendo reforçados, e novas feridas emocionais já começam a surgir nesses primeiros episódios, algo que sempre foi uma marca forte nas campanhas de RPG.
Enfim, por enquanto, posso dizer que A Lenda de Vox Machina começou sua terceira temporada com o pé direito. Está imersiva, visualmente impressionante, e emocionalmente poderosa. Agora é só esperar para ver o que vem pela frente, mas as expectativas estão altas, e a série tem tudo para continuar surpreendendo.