27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo ocorreu entre os dias 06 e 15 de setembro, no Distrito Anhembi, que podia ser acessado por meios próprios ou através de transporte gratuito, disponível a partir da estação de metrô Tietê.
Acompanhamos o evento, que contou com a presença de 227 expositores e 13 espaços culturais com programação ao longo de toda a semana, atraindo uma grande quantidade de público, principalmente nos dois finais de semana.
A alta presença de visitantes não se limitou apenas aos consumidores de literatura, mas também atraiu muitas pessoas do meio acadêmico, como professores e estudantes de diversas idades.
Todos os espaços tiveram atividades ao longo dos dias da feira, permitindo que os visitantes organizassem uma programação conforme seus interesses e aproveitassem o evento de forma planejada.
Alguns aspectos chamaram bastante a atenção, como o espaço “Promo Livros”, que oferecia um acervo extenso de diversos gêneros, com obras nacionais como A Bruxa Não Vai Para a Fogueira Neste Livro, de Amanda Lovelace, e internacionais como Frankenstein ou o Prometeu Moderno, de Mary Shelley. Além das obras literárias, havia também muito conteúdo relacionado a quadrinhos, como adaptações de obras da Marvel e da DC.
Durante nossa experiência na feira, observamos alguns problemas estruturais, como a escassez de espaços para sentar e descansar, especialmente em função das temperaturas muito altas nesse período, o que tornava o passeio pelos estandes cansativo. Outro ponto incômodo foi a pesquisa de preços, que em alguns locais exigia escanear códigos de barras para visualizar os valores, o que era complicado em um ambiente lotado. Além disso, a divulgação de presenças importantes no evento não foi tão enfática, como no caso da autora e artista Hayley Kyoko, escritora do livro Girls Like Girls. Notamos também a ausência de intérpretes de Libras, o que dificultava o acesso de pessoas com deficiência auditiva em um evento com grande circulação de público.
A pluralidade de autores presentes na Bienal foi muito importante, com destaque para a presença de escritores nordestinos e obras LGBTQIA+, o que reforçou a relevância da feira. Foi também a primeira edição a contar com livros acessíveis para deficientes visuais.
Uma experiência muito gratificante foi conhecer o BiblioSesc, com diversas rodas de conversa e apresentações, que aconteceram na Praça de Histórias e na Praça da Palavra. Essas atividades eram uma ótima opção para descansar e aproveitar os eventos ao mesmo tempo.
Outro destaque foi o espaço “Cozinhando com Palavras”, que combinava literatura e gastronomia de forma divertida, como na palestra Tá no Forno! com a Chef Carla Pernambuco, que incluiu uma demonstração culinária.
A Bienal não é apenas um espaço para o consumo de cultura literária por meio da compra de livros, mas também para discussões relevantes, como a palestra de Alessandra Borelli sobre Crianças e Adolescentes no Mundo Digital, que abordou a importância de direcionar o uso seguro de novas tecnologias para os mais jovens, um tema de grande interesse para pais e educadores.
O espaço “De Repente e Cordel” foi um dos pontos altos da Bienal, representando de forma impactante como esse estilo de escrita é interessante e divertido. Além dos livros disponíveis para compra, houve apresentações de autores, como o premiado cordelista Paulo de Tarso, o Poeta de Tauá, que declamou um de seus cordéis ao vivo.
Apesar das dificuldades de locomoção durante o evento e outras questões mencionadas, ir à Bienal do Livro continua sendo uma experiência cultural incrível e divertida, reunindo fãs que compartilham o prazer de apreciar um bom livro.