- Aviso: Este review contém spoilers!
O quarto episódio da segunda temporada de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder trouxe momentos emocionantes e adições surpreendentes ao universo de Tolkien, aproximando-se ainda mais dos livros e trazendo à vida elementos que os fãs sentiram falta nas adaptações cinematográficas.
Logo no início do episódio, somos apresentados a uma nova casta de halflings, os Grados. Este grupo, que é um dos antepassados dos hobbits, é conhecido por viver nas planícies e permanecer por mais tempo nos lugares em que habitam, ao contrário dos pés-peludos, que vivem em constante migração. Achei muito interessante como o episódio explorou a origem dos pés-peludos, mostrando que eles se desprenderam dos grados na busca por uma terra prometida que nunca encontraram, o que explica por que eles não têm um lar fixo e vivem andando em círculos. Essa contextualização adiciona camadas ao entendimento sobre os antepassados dos hobbits e suas motivações.
Um dos pontos altos do episódio foi a primeira aparição de Tom Bombadil em live-action. Finalmente, os fãs podem ver essa figura enigmática que tantos sentiram falta nos filmes de O Senhor dos Anéis. A série faz um trabalho excelente ao representar Tom quase como uma figura divina. Ele é descrito como sendo muito mais antigo do que as árvores e a própria terra, e parece ter um controle misterioso sobre o mundo ao seu redor, como se as coisas agissem à sua vontade. A magia de Tom é apresentada através da música, e ele transmite uma sensação de onisciência, embora não interfira no livre-arbítrio dos habitantes da Terra Média. Estou adorando essa versão de Tom Bombadil e como ele foi trazido para a série!
O episódio também trouxe à tona alguns elementos que sentimos falta na primeira temporada e até mesmo nos filmes, como os tumulares. Nos livros, esses seres aparecem na jornada dos hobbits do Condado até Valfenda, capturando-os na Colina dos Túmulos e sendo derrotados por Tom Bombadil. No episódio, vemos os elfos enfrentando essas criaturas tumulares.
A temporada continua a explorar o desenvolvimento dos personagens principais, com destaque para Galadriel. Estamos testemunhando sua transição de guerreira para feiticeira, e a série explica que isso é uma consequência do anel, que lhe confere o poder da visão. Paralelamente, vemos Elrond, que inicialmente era mais um erudito, assumindo um papel de líder guerreiro. Essas mudanças nos personagens são um ótimo exemplo de como a série está expandindo e aprofundando o lore dos livros.
Outro momento lindo e tocante do episódio foi a aparição de um ente e de uma ente esposa. Nos livros, é dito que as entes esposas desapareceram, e vê-las aqui, talvez pela última vez, é um momento carregado de emoção. A tristeza dos entes pela perda de seus companheiros, mortos pelos orcs, adiciona ainda mais peso à cena da primeira temporada em que Arondir, forçado a cortar uma árvore pelos orcs, pede perdão com as palavras Ánin apsenë. Este é um tributo ao amor de Tolkien pelas árvores e faz muito mais sentido agora, já que os elfos conhecem e respeitam a vida e a consciência das árvores.
Dou mais detalhes no vídeo no youtube:
No geral, este foi o melhor episódio da temporada até agora para mim. A série está trazendo elementos que foram descartados nos filmes e que os fãs há muito esperavam ver em uma adaptação live-action. A direção que a temporada está tomando é empolgante e promissora, e mal posso esperar para ver o que vem a seguir!
Continuarei compartilhando meus pensamentos sobre os próximos episódios nas semanas que vêm. Fiquem ligados!