“Os Fantasmas Ainda se Divertem – Beetlejuice Beetlejuice (Beetlejuice Beetlejuice)”, dirigido por Tim Burton com Michael Keaton, Winona Ryder, Catherine O’Hara, Jenna Ortega, Justin Theroux, Willem Dafoe, Monica Bellucci, Danny DeVito chega ao cinemas, mas fica um questionamento: precisava mesmo ter uma continuação em 2024?
Leia a nossa crítica a seguir para saber o que achamos.
Sinopse: Retornamos à casa em Winter River, onde três gerações da família Deetz se unem após uma tragédia familiar inesperada. Lydia Deetz já é adulta e mãe da adolescente Astrid, que repentinamente descobre a misteriosa maquete da cidade no sótão e abre, sem querer, o portal para a vida após a morte, mais uma vez virando a vida da família Deetz de ponta-cabeça com o ressurgimento do extravagante fantasma Beetlejuice.
Crítica
É fato que o filme Os Fantasmas se Divertem: Beetlejuice de 1988 se tornou um grande clássico dos anos 80/90 com energia “Sessão da Tarde” e que faz parte da lista de filmes favoritos de muita gente, principalmente aqueles que foram crianças góticas (tal como eu) mas uma continuação após tantos anos pode agradar
Tim Burton com certeza se divertiu ao fazer Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice, Beetlejuice, o filme tem a cara do diretor, com muitos momentos cômicos, uso da esquisitice para o humor e a estética gótica que é a marca do diretor. A estética do primeiro filme é tão presente que a sensação em algum momentos é que o filme foi gravado na mesma época do anterior, nos anos 80. Os Fantasmas Ainda se Divertem é uma vitrine dos formatos cinematográficos favoritos de Burton, o que pode ser um ponto positivo para e ao mesmo tempo negativo, pois a estética acaba ficando mais forte que a própria narrativa.
Em relação a narrativa, há várias histórias paralelas dentro do filme fazendo com que todos os personagens tenham momentos de foco e ao mesmo tempo fazendo com que essas narrativas não se liguem, parecendo recortes aleatórios que no final se juntam apenas para ter alguma conclusão. O enredo percorre temáticas de pertencimento, luto, família e até mesmo romance, mas sem se aprofundar em nenhum deles.
O uso da nostalgia é o principal artificio usado para criar vinculo com quem vai assistir o filme, há diversos easter-eggs para os fãs e piadas que estão atreladas ao primeiro filme. O objetivo de trazer o público mais jovem com o uso da atriz Jenna Ortega no elenco fica em segundo plano, não sendo um filme para captar novos fãs mas sim para fazer com que os fãs antigos tenham uma oportunidade de rever a história do primeiro com a companhia dos mais novos que são atraídos pela presença da atriz em questão.
Mas e aí, Beetlejuice precisava de uma continuação? O filme agrada pela nostalgia mas não pelo enredo, é esteticamente agradável de ver mas não sei se valeria um ingresso, dá para aguardar para ver no streaming.
Pontos que me fizeram gostar do filme:
– Uso do stop motion em algumas cenas, principalmente como recurso para contar a historia do personagem Charles Deetz sem mostrar o ator Jeffrey Jones (que não está no filme por estar preso).
– Os figurinos que representam muito bem a personalidade dos personagens, mantendo a estética dos anos 80 nos personagens do primeiro filme, como o caso da Lydia, e trazendo o gótico moderno nos personagens novos, como a Astrid.
– A Trilha sonora do Danny Elfman, o mesmo que foi responsável pelo primeiro filme,
Pontos que me fizeram gostar menos do filme:
– Muitas narrativas, poucas conexões, os personagens estão inseridos em várias histórias paralelas que as vezes até se perdem, dificultando o apego a trajetória.
– Algumas piadas que funcionaram bem no filme dos anos 80 não cabem mais em serem usadas em 2024.
– Cena musical final referenciando a famosa cena do Day-o (Banana Boat Song) podia ser mais explorada e foi duro ver a Jenna Ortega dançando muito semelhante a Wandinha (Netflix).