Planeta dos Macacos | Entenda toda cronologia da franquia

Revisitar a franquia Planeta dos Macacos revela uma complexa tapeçaria de linhas do tempo. Desde o filme original de 1968 até o reboot de 2011, cada linha do tempo apresenta ramificações intrigantes que merecem ser exploradas. Vamos analisar essas ramificações e como cada linha do tempo se desenvolve.

Linha do Tempo Original

A linha do tempo original começa com O Planeta dos Macacos (1968), onde o Coronel George Taylor, em uma missão espacial em 1971, viaja para o futuro e chega no ano 3978. Ele acaba indo para num planeta dominado por macacos inteligentes: chimpanzés, orangotangos e gorilas. No final, Taylor descobre que sempre esteve na Terra e que a sociedade humana havia sido destruída pelos próprios no passado.

Curiosidades:

• Neste primeiro filme surge alguns dos bordões que ficaram famosos na franquia. Como quando os macacos vêem Taylor falando pela primeira vez e suas palavras são: Tire suas mãos de mim, seu macaco nojento! e a exclamação deles: Ele fala! Frases que serão muito repetidas em vários filmes da franquia.
• Também o apelido que Zira dá a Taylor, Olhos Brilhantes, diferenciando-o dos outros humanos por sua inteligência, destacando seus olhos azuis, que será o nome dado a mãe de César no reboot e também o filho do mesmo. Zira também apelida as humanas fêmeas como Nova, o que será o apelido dado a criança humana que não fala em Planeta dos Macacos: A Guerra.

Em De Volta ao Planeta dos Macacos (1970), Taylor é capturado por humanos mutantes telepáticos e, durante uma guerra entre os gorilas e os mutantes, acaba acionando uma bomba que destrói a Terra.

Linha do Tempo Ramificada

Eis que então tem a linha do tempo ramificada, quando os chimpanzés cientistas do filme original, Cornelius e Zira, usam a nave espacial do astronauta para retornar pro tempo de 1973, dois anos após a partida de Taylor em Fuga do Planeta dos Macacos (1971). A presença deles no passado acaba provocando uma ramificação onde o futuro é incerto. Zira estava grávida e ela acaba dando a luz a um filhote chimpanzé que virá a se tornar o César, libertador dos macacos e primeiro grande líder da sociedade dos macacos.

Curiosidades:

• Zira acaba dando informações de que os macacos ganharam inteligência após substituírem os cães e gatos como pets pros humanos, porém, como eram inteligentes, acabaram servindo a funções de auxiliares, eventualmente se tornando escravos dos humanos. Isto vem a se tornar realidade no filme seguinte.
• Zira também revela que a primeira palavra dita pelos macacos é a repetição do que os humanos disseram para eles por anos, a palavra: Não! Isto se torna uma palavra proibida por César em A Batalha do Planeta dos Macacos e também é a primeira palavra dita por César em Planeta dos Macacos: A Origem.

20 anos se passam, e César, já crescido, testemunha uma sociedade como Zira previra. É possível que a presença futurista de Cornelius e Zira tenha provocado um avanço na sociedade diferente do que seria sem essa intervenção. César acaba provocando uma rebelião dos macacos, mas ainda assim ele se recusa a matar os humanos, acreditando que ambos podem viver em paz, em Conquista do Planeta dos Macacos (1972).

Alguns anos se passam e os humanos acabam provocando a prevista Guerra Nuclear, também constante nos registros do futuro. Tal guerra acaba provocando o declínio da sociedade e evolução dos macacos, que agora falam e são os dominantes, mas César ainda tenta manter a harmonia entre os humanos, o que provoca a ira do General Aldo, um gorila, que conspira contra César e trava uma guerra contra os humanos sobreviventes no subterrâneo de Nova York (antecedendo eventos que só aconteceriam 3000 anos depois) em Batalha do Planeta dos Macacos (1973). O humano Dr. MacDonald, amigo de César, lhe mostra fitas de seus pais contando suas teorias sobre o passado e futuro e como a linha do tempo não é uma constante, que pode gerar ramificações. Ou seja, a presença de Cornelius e Zira acelerou a mudança da sociedade e sua transformação no Planeta dos Macacos.

• Assim como na tragédia de Júlio César, César é traído por seu general.

Linha do Tempo Alternativa de Tim Burton

Uma outra linha do tempo é sugerida por Tim Burton no remake de Planeta dos Macacos em 2001. Nesta versão é 2029 e não houve uma missão espacial em 1971, sendo esta só acontecendo em 2029 com o astronauta Leo Davidson, que vai parar no futuro de 2686, que ainda não é o futuro do filme original, pois os macacos ainda não vivem numa sociedade bem estrutura como a dos macacos do filme original. Esta, no entanto, assemelha-se mais a um reinado medieval. Acreditando estar em outro planeta, Leo Davidson consegue escapar no final voltando para o passado de 2165, somente para descobrir que sempre esteve na Terra e que o mundo em algum momento fora dominado pelos macacos depois de sua partida.

Linha do Tempo Reiniciada

Eis então a nova linha do tempo do reboot Planeta dos Macacos: A Origem (2011). Neste, ao invés de um futuro pós-guerra nuclear, é sugerido que o que provocará a mudança na sociedade é um vírus criado em laboratório como experimento para curar o Alzheimer. O Dr. Will Rodman testa o vírus na chimpanzé nomeada de Olhos Brilhantes. Olhos Brilhantes morre tentando proteger seu filho que é levado por Will e nomeado de César. César, assim como o antigo, acaba provocando uma rebelião dos macacos, mas desta vez em 2019, sugerindo uma nova linha do tempo.

Curiosidades:

• O filme começa com os humanos capturando os macacos para experimentos, sendo um reflexo do filme original que começa com os macacos capturando os humanos para experimentos.
• Olhos Brilhantes é a chimpanzé inteligente e seu nome é uma referência a como Zira apelida Taylor no filme original, destacando-o dos outros humanos por seus olhos azuis.
• Olhos Brilhantes realiza proezas em testes impressionando os humanos, uma referência a quando Zira fez o mesmo em Fuga do Planeta dos Macacos.
• César recebe este nome em referência ao Imperador Júlio César, tal como o César original recebera, prevendo que ele se tornará um rei e será traído por seu general.
• César se torna como um pet para o Dr. Will Rodman, assim como previsto nos registros do passado da franquia original.
• Vemos na TV que uma missão espacial foi iniciada e que a nave fora dada como desaparecida, uma referência aos astronautas do original.
• César se rebela contra os maus tratos de Landon no asilo para macacos, quando este lhe diz: Tire suas mãos de mim, seu macaco nojento! Uma referência a primeira frase pronunciada por Taylor no original. Em seguida, César lhe responde com: Não! Sendo sua primeira palavra pronunciada, como constava nos registros do passado na franquia original sobre ter sido a primeira palavra dita por um macaco para um humano.
• Assim como em A Conquista do Planeta dos Macacos, César provoca uma rebelião que leva a mortes de macacos e humanos.
• Diferente do César original, este não crescera num circo. Tal background de macaco de circo desta vez consta no orangotango Maurice.

O vírus se espalha e acaba sendo letal para 499/500 da população humana, mas na população símia acaba gerando uma evolução que permite que falem, assim, criando uma sociedade de macacos em Planeta dos Macacos: O Confronto (2014) que reconta os eventos de A Batalha do Planeta dos Macacos (1973) em que César tenta evitar uma guerra entre os macacos e humanos, mas que acaba sendo inevitável. Porém, desta vez em 2029 ao invés de 2002.

Curiosidades:

• Coincidentemente, 2029 é o mesmo ano em que começa o remake de 2001. Porém, não há relação alguma.
• Diferente de A Batalha do Planeta dos Macacos que também se passa dez anos após A Conquista do Planeta dos Macacos, a sociedade aqui não ruiu por uma guerra nuclear causada pelos humanos e sim por uma pandemia viral criada por eles. Uma modernização dos perigos da humanidade.
• Neste, o filho de César se chama Olhos Brilhates, como homenagem a mãe de César. A esposa de César se chama Cornélia, uma variação feminina do nome do pai e do filho do César original.
• Diferente de A Batalha do Planeta dos Macacos, os humanos estavam sem contato com os macacos por anos. No clássico, um humano chamado Abe dava aula de leitura para os macacos e aqui quem dá aula é Maurice, o orangotango. No entanto, na instrução de leitura, é utilizada a mesma frase: Macaco não mata macaco.
• Tal como na franquia original, os gorilas se tornam a guarda da sociedade dos macacos.
• Tal como em A Batalha do Planeta dos Macacos, César é traído pela conspiração de seu auxiliar que enfurece-se por César proteger os humanos. No clássico, o gorila e líder militar Aldo que acaba por atentar contra a vida do filho de César e culpa os humanos, provocando uma guerra entre eles, mas Cornelius em seu leito de morte lhe revela que foi Aldo, terminando com uma luta entre César e Aldo em que Aldo morre ao cair de uma árvore. Já na nova versão, o chimpanzé Koba conspira com o próprio filho de César e atenta contra a vida do líder, também culpando os humanos e provocando uma guerra contra eles. César sobrevive e revela que foi Koba terminando com uma luta entre César e Koba em que Koba morre ao cair de cima de uma torre.
• A cena em que César encontra a gravação dele com o Dr. Will Rodman é uma referência a quando César, no clássico, encontra uma gravação de seus pais falando sobre o futuro e a teoria das linhas do tempo.
• Diferente da franquia original, o confronto acontece em San Francisco ao invés de Nova York.

Finalmente a guerra acontece e termina em Planeta dos Macacos: A Guerra (2017) com a morte do César e com o vírus apelidado de Gripe Símia agora limitando a capacidade de fala dos humanos e fazendo-os regredir a um estágio primitivo.

Curiosidades:

• Apesar deste não servir de releitura e ser uma história inteiramente original que dá revela o fim da guerra e a morte de César, o filme explora as ligações que faltavam entre o passado e o futuro, como o avanço do vírus que tira a capacidade de fala dos humanos. Porém, diferente do original, a regressão dos humanos a seu estágio primitivo foi causada pela radiação pós-guerra nuclear.
• A criança sem capacidade de fala encontrada por César e Maurice é apelida de Nova, uma referência a como Zira apelidava as fêmeas humanas no futuro.
• O filho mais novo de César se chama Cornelius, que aqui é uma homenagem a mãe Cornelia, mas é uma referência ao filho do César de A Batalha do Planeta dos Macacos.

300 anos se passam e em Planeta dos Macacos: O Reinado (2024) o mundo já está muito mais semelhante a como vemos no remake de 2001. Porém, nada indica que seja uma mesma linha do tempo, pois não houve a sociedade estruturada de 2165.

• Confira a crítica de Kevin Dutra de Planeta dos Macacos: O Reinado.

Curiosidades:

• 300 anos depois da guerra, os macacos são reinados pelo Proximus Caesar, que deturpa os discursos de César, tal como a sociedade dos macacos fizera no original.
• Neste vemos os humanos selvagens sendo caçados pelos macacos, uma referência ao original.
• Tal como no original, um humano se destaca por ainda ter inteligência e capacidade de fala. Neste caso, trata-se de Mae, que recebe o apelido de Nova, numa referência a como as fêmeas humanas são apelidadas por Zira no original. Repetindo um bordão clássico, os macacos reagem com a frase: Ela fala! ao ouvir Mae pela primeira vez.

A franquia Planeta dos Macacos é um exemplo fascinante de narrativa não linear, onde cada ramificação de linha do tempo oferece uma nova perspectiva sobre a evolução da sociedade. Essas diferentes linhas temporais mostram como pequenas mudanças podem levar a futuros drasticamente diferentes, enriquecendo ainda mais o legado desta icônica série de filmes.

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