Plano 75 é um filme japonês que foi lançado em 2022 e está sendo lançado nos cinemas agora no Brasil pela Sato Company. Chie Hayakawa é a diretora estreiante do longa (além de roteirista) que foi escolhido para representar o Japão na categoria Melhor Filme Estrangeiro no Oscar de 2023.
Japão é até onde eu sei tem uma cultura de forte valorização das pessoas mais velhas, envelhecer é sinônimo de acumular sabedoria tradicionalmente. Entretanto é também um país em que as pessoas envelhecem com facilidade pelo estilo de vida saudável. Mas isso obviamente entra em conflito ao considerar o famoso capitalismo, onde a “força” é financeira e a juventude é a principal representação dessa força.
No início do filme fala-se sobre uma onda forte de violência que está rolando contra os idosos. As pessoas não se aposentam com tanta facilidade e precisam continuar trabalhando por muitos anos. O governo lança um plano legalizando a eutanásia para japoneses acima dos 75 anos, chamado então de Plano 75.
Seguimos três personagens muito interessantes. Um trabalhador jovem que atende os candidatos ao Plano 75. Uma jovem filipina cuidadora de idosos que passa a trabalhar também no processo do Plano 75.
Uma idosa de 78 anos, que junto com as suas amigas também idosas, ficou desempregada por ser… idosa.
Nós sentimos uma vibe de documentário ao assistir, o filme não tem um ritmo muito agitado, mas vai revelando os pequenos mistérios e isso é empolgante!
Os personagens que são apresentados são muito envolventes, cada um com a sua história de descoberta e envolvimento a essa nova realidade. Discussões relevantes ao etarismo são levantadas de formas sutis. Não fica claro se a proposta é criticar o sistema, o governo, o capitalismo, os jovens responsáveis por esse “ódio” aos idosos ou se a proposta não é criticar nada, mas supor uma realidade possível.
“Penso que PLANO 75 diz respeito à atmosfera de intolerância com as pessoas socialmente fracas, incluindo os idosos. (…) A intolerância, a apatia e a falta de sensibilização em relação à dor dos outros são as coisas mais ameaçadoras que quero retratar neste filme “, afirmou a diretora Chie Hayakawa.
O filme é incrível, eu adorei assistir. Não quero dar mais spoilers, então segue a minha nota crítica:
Confira aqui o trailer: