França, 1956. Um padre é assassinado violentamente e a irmã Irene começa sua investigação. Mais uma vez ela se encontra cara a cara com um mal poderoso.
Mais um capítulo do universo de Invocação do Mal chega para ampliar o cânone de seu vilão mais icônico: Valak, o demônio em forma de freira. O filme é claramente uma grande aposta da Warner Bros. com um orçamento estimado em o dobro para o primeiro A Freira e isso é aparente pelo filme inteiro, desde filmar em locação numa igreja abandonada verdadeira até seus efeitos visuais impressionantes. Um bom elenco é o toque final para o que tecnicamente é um bom filme, porém não assusta.
Desde o final do primeiro filme, 4 anos se passaram. A irmã Irene agora faz parte de um novo convento onde a história sobre seu primeiro confronto com Valak é contada como uma lenda entre as freiras, mas ninguém sabe sua identidade. Ela faz amizade com Debra (Storm Reid da série The Last of Us), uma noviça rebelde que ainda está em busca de sua fé. Após notícias de que membros da igreja vem sendo assassinados através da Europa, elas partem em uma investigação solo. Enquanto isso, Maurice (Jonas Bloquet da série 1899) está trabalhando em uma escola para meninas onde fenômenos perturbadores começaram a acontecer. Desde a conclusão do primeiro filme sabemos que Maurice foi possuído por Valak e não só isso: também sabemos que o casal Warren fará seu exorcismo em algum momento do futuro e seria então que Valak e Lorraine se encontrariam pela primeira vez. Esse excesso de conexão pré-estabelecido estraga a experiência, pois temos certeza que ou veremos os demonólogos nessa história ou Maurice sobrevive no final, deixando a história sem surpresas.
Um ponto positivo do enredo é que seus personagens são carismáticos e fazem o público torcer por sua salvação, mas a falta de uma sensação real de ameaça atrapalha. Para alguns personagens Valak é letal e impiedoso, não dando nenhuma chance de sobrevivência. Para outros, somente aparições aqui e ali, como se estivesse brincando com sua comida sem nunca abocanhar. Depois de tantos encontros não passarem de um susto, a impressão é que protagonistas nunca estão em perigo de verdade. Um agravante é a grande quantidade de crianças. Dificilmente um filme – mesmo de terror – irá machucar crianças. É simplesmente algo que afasta o grande público, então quando se percebe que nada de mais vai acontecer com elas, não se teme a conclusão de seus encontros.
A atmosfera criada é boa, mas o visual fica tão bom que deixa de ser assustador e passa a ser atraente, ao ponto que não causa o efeito de aversão e sim o de admiração. Em diversos momentos que deveriam me assustar eu estava impressionado com o que estava vendo e queria observar mais de perto. A sensação aqui é de estar assistindo ao filme Constantine, com Keanu Reeves. Principalmente na reta final parece muito uma aventura sombria de ação, com alguns momentos dando a sensação de um filme de super herói, com artefatos que brilham, explosões, personagens sendo arremessados e um clima de batalha final estilo Vingadores, bem oposto ao clima opressivo da conclusão de Invocação do Mal 2 contra o mesmo vilão. É necessário um ajuste de expectativa antes para não se decepcionar.