Este ano o anime de Mob Psycho 100 chegou ao fim após adaptar completamente o mangá. Com uma história emocionante e muitos pontos altos, a obra se encerra de forma magistral podendo ser considerado um clássico moderno.
A história gira em torno de um jovem adolescente do colegial com todos os problemas correspondentes a esta fase da vida… a não ser por um detalhe, ele tem poderes paranormais. Não pense que esses poderes serão o foco da história, mas, ao mesmo tempo, ela é a força motriz para toda progressão dela. Contraditório né? Nem tanto.
Shingeo Kageyama, vulgo, Mob, é uma pessoa extremamente introvertida. Ao longo de sua jornada, pessoas aparecerão em seu caminho, não só para o evoluir, mas como também mostrar ao público toda bondade e fragilidade desse garotinho super poderoso. Essa história não é sobre poderes, assombrações e fantasmas. Essa história é sobre a evolução desse menino e como os problemas comuns orbitam – aí sim – essa temática de “poderzinho”.
Para tal, o nosso protagonista é extremamente agradável. Entre momentos fofinhos e alto astral, temos muitas ocasiões tristes também. Afinal, estamos tratando de problemas reais. E problemas reais são baseados em questões mundanas. A pessoa que você gosta na adolescência, a crise de identidade, a necessidade de pertencimento à um grupo, entre outros.
O menino Mob, qual dá vontade de pegar no colo quando passa por dificuldade, tem uma jornada i n c r í v e l de ser acompanhada. Sua visão de mundo e personalidade é contagiante. Entretanto, sua ingenuidade é agoniante e admirável ao mesmo tempo. Enfim, é o “Mob sendo Mob”, como dizem os personagens.
Personagens
Por falar em personagens, precisamos falar de um dos melhores mentores de todos os tempos: Arataka Reigen. Imagine um Agostinho Carrara dos animes. Sim, esse é o Reigen. Não obstante, Raigen também passa por momentos de evolução, além de dar todo o tom cômico do anime. Em todas as suas aparições pode-se esperar muitas risadas, malandragem e “fagulhas de bondade”. Tal qual Agostinho, ele não é uma pessoa má, mas é trambiqueiro.
Fechando o núcleo principal com Mob e Raigen temos o Covinhas (sim, esse apelido é iradíssimo). Um espírito maligno muito poderoso, contudo, no momento, está mais como um ajudante/confidente de Mob. O arco desse personagem acompanha os outros dois no quesito evolução de uma forma bem despercebida, mas igualmente importante.
Contamos também como Teruki Hanazawa, com todo seu estilo “peculiar” e Ritsu Kageyama, irmão do protagonista. Esses dois estarão intrinsicamente envolvidos na evolução de Mob e juntos o ajudarão nessa difícil empreitada chamada: vida. Na verdade, todo o elenco de apoio exercerá muito bem essa função. Lembrem-se, estamos aqui para ver a evolução de Mob.
Até mesmo os vilões terão seus arcos, comparações e ensinamento ao Mob. Se você gostou da construção do Thanos, há grandes chances de gostar da maioria dos chefões aqui também.
Enredo
Aqui é onde esse anime brilha com muita força. Apesar de termos uma história predominantemente de comedia, não espere rir o tempo todo. Haverá muitos momentos de questionamento filosófico, moralidade e ética. Calma, não chegará a ser um Evangelion da vida. O criador, One, foi muito feliz na sutileza emprega durante toda essa jornada.
A história ensina lições importantes de aceitação, confrontamento, análise crítica e por aí vai. Sim, é profundo a esse nível. Temos abordagem de depressão, supressão de sentimentos, autodepreciação e lutinhas corriqueiras (claro).
Em algum episódio você se emocionará. Não tem escapatória. Só terá de decidir se isso ocorrerá por um momento triste ou de felicidade. O narrador por vezes falará o sentimento do Cabeça de Cuia (Mob): “ira”, “raiva”, “tristeza”, “felicidade”, “amor” e em todas elas o telespectador sente o peso daquela emoção. Pode não parecer, mas esse pequeno alerta das emoções torna toda a experiência ao telespectador muito mais identificável.
Crédito ao estúdio Bones, o diretor Yuzuru Tachikawa e o roteirista Hiroshi Seko. Que adaptação meus amigos. Apesar do início lento, vale MUITO a pena dar o passo inicial.
O anime
Apesar de ter um design “diferente”, esse anime é extremamente bem animado. Estou falando isso o tempo todo – O importante aqui não é o poderzinho e bla, bla, bla. – mas quando a porradaria estanca… sai da frente. Que animação linda! Não estou falando só de algo bonito visualmente, estou falando de enquadramento, coreografia, sequência de planos, etc.
Tudo foi muito bem elaborado/pensado. Tem uma cena com Mob e Reigen conversando ao pôr do sol que é simplesmente estonteante.
Você pode conferir o primeiro episódio completo, tanto legendado quanto dublado, pelo canal da Crunchyroll Brasil aqui mesmo:
(Legendado)
(Dublado)
E você, já assistiu Mob? Gostou, não gostou? Deixa aí nos comentários suas impressões ou se ainda pretender assistir.