- Parte I: Um início brilhante
Nascido em 22 de abril de 1904, Julius Robert Oppenheimer pertencia a uma família de ascendência judia, filho de um imigrante alemão que trabalhava na indústria têxtil (Julius Seligmann Oppenheimer) e de uma pintora norte-americana (Ella Friedman).
Era estudioso assíduo, graduou-se em 1925 na Universidade de Harvad com a maior das honras (summa cum laude) e, em apenas dois anos, obteve seu doutorado pela Universidade de Göttingen, na Alemanha.
Durante a década de 1930, consolidou seu nome no meio acadêmico e começou a lecionar em duas instituições simultaneamente: o Instituto de Tecnologia da Califórnia (Pasadena) e a Universidade da Califórnia (Berkeley). Também nessa época, herdou o patrimônio de seu pai e, três anos mais tarde, se casou com Katharine Harrison. Ambos viveram uma vida tranquila até a Segunda Guerra Mundial, quando Robert foi convocado a participar do Projeto Manhattan.
- Parte II: Criação da Morte
Com a descoberta da fissão nuclear pelos alemães, Albert Einstein advertiu sobre a iminência do regime nazista ser o primeiro a dispor de armamento nuclear. Tendo isso em mente, foi criado o Projeto Manhattan, um esforço coletivo a fim de construir as primeiras bombas atômicas. Em 1942, Robert assumiu a direção dessa empreitada, tornando-se o responsável por coordenar a equipe de cientistas.
Sendo o líder do projeto, ele supervisionou a construção do Laboratório de Los Alamos e reuniu as melhores mentes do ramo científico que estavam à disposição (curiosidade histórica: Linus Pauling recebeu um convite para encabeçar o departamento de química, mas recusou).
Em 1945, realizaram o primeiro teste de uma bomba atômica, que foi chamada de Trinity. Um mês depois, duas bombas foram jogadas por aviões sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Tal ato causou o genocídio de mais 300 mil pessoas nas duas cidades. Diante de tamanha destruição, Oppenheimer alegou ter se lembrado de uma frase do Baghavad-Gita (livro sagrado hindu):
“Tornei-me a Morte, a destruidora de mundos”
- Parte III: Lamúrias do criador
Após a destruição das cidades japonesas, desassociou-se do projeto e, entre 1947 e 1952, presidiu um comitê da Comissão de Energia Atômica. Em decorrência de seu arrependimento, opôs-se à criação da bomba de hidrogênio e defendeu o fim da corrida armamentista entre Estados Unidos e União Soviética. Tais posturas fizeram-no ser caçado pelo macartismo, sendo acusado de associação ao comunismo e tido como traidor.
Ele ainda teve sua autorização de segurança revogada e perdeu sua influência política. Robert Oppenheimer faleceu em 18 de fevereiro de 1967, consequência de um câncer devido ao tabagismo. Descoberta alguns anos antes, a doença chegou a ser tratada, mas sem êxito. Em 2022, cinquenta e cinco anos após sua morte, o governo estadunidense anulou sua decisão e reiterou a lealdade de Oppenheimer.