Uma despedida emocionante e imperfeita desses personagens tão queridos, uma última viagem com os nossos amigos.
Terceiro filme da equipe de desajustados estelares nos convida a acompanhá-los enquanto lidam com os eventos dos últimos anos numa sucessão de acontecimentos que os levará à inevitável e derradeira missão enquanto grupo. Um intervalo de tempo indeterminado após os eventos de Guerra Infinita, eles estão agora encarregados da gerência de Luganenhum e realizam essa tarefa da melhor maneira possível ao mesmo tempo que precisam lidar com um melancólico Senhor das Estrelas em decorrência da perda de sua amada. Dito isso, as coisas pioram quando um emissário dos Soberanos chega trazendo consigo uma destruição avassaladora (e esse nem é o antagonista principal do filme).
Quase metade do filme é dedicada à história (presente e pregressa) de um personagem tido, até então, como secundário. Admito que isso me causou espanto num primeiro momento, mas é pertinente dentro do cenário em que está inserido e tudo se amarra de maneira satisfatória o suficiente no fim. Essa história é, talvez mais do que qualquer outra da franquia até agora, sobre os personagens que a compõe, e é realmente um prazer vê-los em seus momentos mais alegres e mais vulneráveis nas mãos de um realizador que os conhece tão bem e se importa tanto com eles.
Embora as esquisitices dele por vezes me incomodem, há aqui uma nítida evolução do James Gunn enquanto diretor, com sequências de ação bem filmadas e ousando coisas novas em certos momentos, além de uma fotografia bem mais “limpa”, embora sem o deslumbre de cores do segundo filme. Isso tudo me deixou simultaneamente interessado e apreensivo com seus projetos vindouros porque, caso alguém nãos esteja sabendo, ele é o novo responsável pela parte criativa de outra companhia de cinema do gênero de super-heróis e irá inclusive escrever uma adaptação do super-homem. Darei, no entanto, um voto de confiança a ele apesar de quaisquer ressalvas que eu possa ter.
Em suma, é uma conclusão grandiosa e repleta de emoção para os fãs dessa franquia, muito mais dramático e pesado do que qualquer um dos filmes até agora. Talvez não o melhor deles, mas quem sabe isso diga mais sobre o quão bons são os outros e menos do quanto esse não é bom o suficiente. O ensinamento que ele nos deixa é de não buscar as coisas perfeitas, mas admirá-las pelo que elas realmente são.