No último dia 28 de março, o grupo britânico Coldplay encerrou sua passagem pelo Brasil, após 11 incríveis shows que movimentaram todo o país e a mídia. Sua turnê passou por São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro.
Durante sua permanência em mais de 20 dias em solo brasileiro, a banda conseguiu mostrar porque é a queridinha de jovens, adolescentes e adultos, e justificar seu nome como um dos atuais grupos de bilionários do show business, incluindo com sua simpatia, simplicidade e engajamento com questões ambientais.
Desde o anuncio sobre sua turnê no Brasil, para outubro de 2022, houve uma insana corrida em busca de ingressos, que não eram baratos. Todos queriam participar do espetáculo prometido por Chris Martin, Guy, Jonny e Will. Mas qual não foi a tristeza, quando logo após sua participação no Rock In Rio, em setembro de 2022, o vocalista adoece e a turnê é adiada.
Muitos que já haviam comprado passagens, reservado hotel, trancado faculdade e até feito tatuagem com as datas do show (sim, isto realmente aconteceu), ficaram extremamente tristes com a notícia do adiamento.
Remarcada para março de 2023, a turnê Music Of The Spheres, baseada em seu último álbum lançado em 2021, valeu a espera e não decepcionou seus amados fãs, que se esforçaram e fizeram de todas as formas possíveis para participar deste verdadeiro espetáculo. A turnê foi premiada, no último dia 27, pelo iHeartRadio, como a melhor do ano de 2022, onde foi exibido durante a cerimônia de premiação, um vídeo do show recente acontecido em São Paulo.
Mas o que acontece para que Coldplay faça tanta diferença em suas apresentações, causando um efeito quase mágico em seus expectadores?
A resposta está na interação com seu público. O grupo consegue se conectar com as pessoas de uma maneira que artistas raramente conseguem. Desde os momentos antes do show, onde são convidados a literalmente gerar energia para um dos palcos, pulando em dois palcos de piso cinético e pedalando em bicicletas geradoras de energia, passando pela interação com as XiloBands, as famosas pulseirinhas que acende em sincronia com as músicas, onde você realmente se sente parte da imensa constelação que é o espetáculo até o momento onde é executado A Sky Full of Stars, em que Chris pede que todos guardem os celulares (Sem Celular, Sem Câmera) e se conectem com a música e a energia do momento.
Chris Martin deseja a todo instante ser entendido e compreendido pelo público, se esforçando para falar em português e desculpando-se, quando é necessário falar em sua língua nativa. Sua simpatia vai além, agradecendo a todos pelo esforço de estarem ali, aos organizadores, as empresas que possibilitaram sua vinda, aos funcionários do estádio que estão trabalhando enquanto assistimos ao show. Sem dúvida um verdadeiro gentleman.
E como se não bastasse o seu repertório com hits antigos como Yellow, Clocks, The Scientist, as badaladas Adventure of Lifetime, Something Just Like This, Paradise e Viva La Vida e as atuais My Universe e Higher Power, o grupo ainda convida cantores e grupos locais para participarem de seu espetáculo, mostrando que vieram de fora, mas que no Brasil nossa música também é maravilhosa e merece ser compartilhada. A turnê contou com a participação, entre outros, de Seu Jorge, Sandy, Os Velosos (filhos de Caetano) e a grande surpresa final, Milton Nascimento.
Mas nem tudo são flores ou estrelas, neste espetáculo sideral… E não por culpa de Coldplay, e sim pela organização dos eventos que mandaram mal em várias ocasiões, como a falta de informação e organização nas filas, assentos vendidos em locais de ponto cego, o que fez com que muitos tivessem que sentar nas escadarias de acesso. E o pior: proibir a entrada de águas em garrafas de plásticos, fazendo com que o público JOGASSE NO LIXO, as que estavam em seu poder, apesar do forte calor, e obrigando a gastar R$ 7,00 num pequeno copo de água. Com certeza Chris e sua turma não souberam, e nem apoiariam, o quanto de lixo foi gerado por causa desta atitude de ganância e exploração comercial dos organizadores.
Porém, nada disto tira o brilho do espetáculo e da experiência que é participar de um show do Coldplay. O público sai de lá, querendo mais, com o sentimento de que pena que acabou, e sentindo que fez parte de uma grande viagem espacial, que mostra que Everyone is an alien somewhere (Todo mundo é um alienígena em algum lugar).
Coldplay vai embora do Brasil, mostrando que o ET-PHONE-HOME, em breve estará de volta. E claro, estaremos lá para participar de mais uma conexão com os meninos de britânicos.