Qual é o som da excelência musical da nova geração da música popular brasileira? Essa resposta foi dada na última sexta-feira (24), no encontro apaixonante entre Gilsons e Liniker, no Auê Festival, que aconteceu no Armazém da Utopia, no centro da Cidade Maravilhosa.
O evento teve espaço em um local incrivelmente arejado, levando em conta todas as centenas de pessoas presentes, com fácil mobilidade e acessibilidade; a equipe de apoio para a entrada foi muito atenciosa na divisão de filas (entrada solidária, lista e cortesia), tendo uma boa organização, não deixando nada faltar para uma boa experiência ao público. Teve muita comida boa e bons drinks que não podem faltar em um evento como esse.
Caixas e bares estavam bem distribuídos, evitando que fosse preciso atravessar o mar de pessoas para garantir a comidinha ou a bebida da noite. Os responsáveis pelo atendimento tinham prazer em falar e conversar com cada pessoa presente, dando real atenção aos pedidos feitos.
Em uma das noites mais quentes do verão carioca, a linhagem de Gil se encontrou com Liniker, uma das vozes mais potentes da atual cena brasileira, para presentear o Rio de Janeiro com um espetáculo musical sem precedentes. Eram milhares de pessoas dançando e vibrando a cada nota tocada, a cada palavra dita e, claro, o clima de “love love” não pôde faltar.
A experiência de poder assistir os Gilsons ao vivo é surreal. Tendo tido contato apenas com as músicas presentes nas plataformas de streaming, ouvir os meninos ao vivo se tornou uma experiência quase que etérea. Vozes muito afinadas, percussão excelente, e, acima de tudo, a sincronia e a harmonia entre os integrantes do grupo deram um show à parte. Com muito carisma, os rapazes não deixaram a desejar na interação com o público. Foi uma noite de conversa, basicamente. A sensação é que eles sabiam exatamente o que o público precisava e queria, e não pouparam esforços para providenciar isso.
E, então, ela chega. Com um mar de pessoas trazendo o Armazém da utopia abaixo, Liniker se encarrega de abrir a sua participação no show com Baby 95, uma de suas obras de arte. A presença de Liniker no palco se tornou magnética. Era impossível parar de olhá-la, tendo a mesma necessidade de ser olhada por ela. Sua presença no palco foi algo que eu não tinha presenciado há muito tempo, entre shows e festivais. Liniker sabe o poder e a potência que possui, e utiliza isso da melhor maneira possível.
A sintonia entre Gilsons e Liniker foi capaz de descolar o corpo da realidade. Estar em um show como este é, basicamente, se descolar de si para presenciar um dos mais lindos momentos musicais da Terra, no período da maior festa da Terra.
Trazendo mais “molho” ao show, os Gilsons apresentaram ao vivo, pela primeira vez, a música “Presente”, uma parceria entre eles, Baiana System e Tropkillaz. Aqueles que haviam ouvido a música quando lançada nas plataformas foram à loucura em questão de segundos quando o momento foi anunciado. De fato, a música é uma obra-prima. Unindo o melhor da música brasileira, com os sensacionais Zegon e Laudz, sinto que não havia parceria melhor para fazer a canção acontecer.
Acredito que não havia momento mais oportuno para ter Liniker e Gilsons presentes no Rio de Janeiro: verão e carnaval se tornaram mais potentes com a presença das joias reais desta geração da música brasileira. A sensação ao final do show era a de dever cumprido, mas acima de tudo, a de não querer ir embora, mas de permanecer na energia que todos os envolvidos ali trouxeram.
Vida longa ao Auê Festival e a sua capacidade de unir o melhor que temos no Brasil com a cara e o cheiro do Brasil.