Um professor de literatura recluso e com obesidade mórbida tenta se reconectar com sua distante filha adolescente após suspeitar que sua vida está chegando ao fim.
Tem críticas que são muito difíceis de fazer pela complexidade de colocar em palavras sentimentos tão simples. “A Baleia” toca sua audiência de uma forma muito natural – estimula a empatia e inspira a vontade de ser melhor sem deixar de reconhecer a dificuldade que é sair de um buraco emocional.
Já apaguei essa linha várias vezes. Falo sério quando digo que é difícil falar desse filme. Do ponto de vista de quem já viu, só consigo dizer “assista”. É uma história que inspira através da dor. Charlie é um poço de positividade e esperança nos outros, menos em si mesmo. Entretanto, isso não o faz uma pessoa perfeita – ele teve seu papel na infelicidade alheia – mas procura corrigir isso com humildade. Encarar a própria mortalidade o dá um prazo, um senso de finitude que o coloca em estado de reflexão sobre tudo que fez na vida.
Todas as outras histórias que se entrelaçam à de Charlie são igualmente interessantes. É como aqueles livros “pop up” que a cada página desabrocha uma nova imagem mais complexa que a anterior. Apesar de parecer uma história simples quando resumida em uma sinopse, seus desdobramentos são sempre desafios à sua expectativa. Ao final precisei de um momento a sós.
Sinceramente, não há muito o que dizer sobre “A Baleia”. É uma excelente história com excelentes atores dando o melhor de si em uma excelente produção. Vá de coração aberto e lencinho no bolso.