Três jovens acidentalmente trazem as irmãs Sanderson de volta à Salem moderna e devem descobrir como impedir que as bruxas famintas por crianças causem caos no mundo.
Elas estão de volta! E não estou falando das terríveis bruxas, e sim das potências por trás delas: as atrizes Bette Midler (Winifred Sanderson), Kathy Najimy (Mary Sanderson) e Sarah Jessica Parker (Sarah Sanderson). Apesar de quase 30 anos separarem o original da sequência, pouco se nota em diferença de vigor quando comparamos as performances das três nos dois filmes. Elas roubam a cena em sequência adaptada para os dias atuais, tanto em formato de exibição quanto em tom de humor.
A trama em si acaba sendo um repeteco sem criatividade. A mesma vela que quando acesa trouxe as irmãs de volta à vida até a primeira luz do dia seguinte ao Halloween foi produzida novamente e colocada nas mãos de duas jovens que por coincidência fazem um ritual na mesma noite todos os anos. A novidade é a presença de um novo flashback (sensacional) da vida adolescente das irmãs Sanderson que revela que quem nasceu para ser bruxa desbloqueia seus poderes em seu aniversário de 16 anos. Adivinha quem mais tem 16 anos? Sim, as jovens. Aliás, uma personagem inédita na franquia é apresentada nesse flashback, mas não há menção dela no restante do filme. Uma pena já que seu papel é chave na origem das irmãs bruxas e alguém de tamanha importância poderia ter sido melhor aproveitada.
Porém, uma vez que elas são trazidas de volta tudo é perdoado pois o trio é um dínamo cômico como não se vê há muito tempo. Como toda sequência atual algumas piadas do original são repetidas por serem assinatura das personagens, mas isso não significa que não haja inovações. As interações delas com as tecnologias atuais são hilárias, alfinetando particularmente a indústria de cosméticos e questionando a moral de seus consumidores. Essa atualização do humor também vem para se encaixar no politicamente correto, o que, na minha opinião, é um ponto positivo. O primeiro Abracadabra contava com um humor adulto demais para seus personagens mirins (a personagem de 8 anos que zoa o irmão por ser virgem, por exemplo) que me trouxe um desconforto por ser claramente um filme para crianças. No novo esse tom é deixado de lado e não faz a menor falta. Pelo contrário, torna a experiência mais coesa e divertida para todos.
Agora precisamos falar das heroínas do filme: as jovens Becca, Izzy e Cassie, amigas que estão passando pelo clássico enfraquecimento da amizade por conta de problemas da adolescência. Sinto lhe informar que é basicamente isso que se tem para falar sobre elas. Em um momento de coincidência ou autoconsciência, o roteiro relembra os nomes das personagens por meio de falas forçadas. Digo “coincidência” porque naquele mesmo momento eu estava tentando lembrar dos nomes delas de tanto que as irmãs Sanderson ocuparam os holofotes. Uma menção honrosa a Doug Jones (recorrente colaborador do diretor Guillermo del Toro) que está de volta como o “zumbi do bem” Billy Butcherson, excelente como sempre.
Por fim temos uma sequência honesta que sabe trabalhar suas verdadeiras estrelas com novos números musicais, um bom equilíbrio de Easter eggs óbvios e outros escondidos para os mais atentos, sem fechar as portas completamente para futuras produções (a cena pós-créditos deixa margem para muitos retornos). Uma pena que ficará disponível somente no catálogo Disney+ já que a maioria dos fãs brasileiros conhece a franquia de exibições na TV aberta.
Gostou da crítica? Continue acompanhando o site e nossas redes sociais!
Instagram: @terranerdica
Twitter: @terranerdica
Facebook: @terranerdica