Júlio (Gabriel Leone) é um jovem dentista careta e conservador. Após ser abandonado pela namorada de muitos anos, recebe a notícia de que é filho de Odilon Ricardo (Gabriel Leone), um popular e mulherengo cantor dos anos 70. E conhece também um meio-irmão (Felipe Frazão) em tudo diferente de si, com quem nunca conviveu. A convivência com estes novos afetos e sentimentos fará Júlio repensar suas aspirações românticas e descobrir quantos amores cabem em uma vida.
Dirigido por Rafael Gomes (“Música para Morrer de Amor” e “45 Dias sem Você”), o longa chegou nos cinemas no último dia 18/08. Seu roteiro é assinado pelo próprio Rafael Gomes em parceria com Luna Grimberg e Vinicius Calderoni. O filme foi produzido pela Biônica Filmes, com sua distribuição realizada pela Pandora Filmes.
Parafraseando, o próprio Rafael Gomes, o filme “é uma comédia romântica que busca algumas profundidades, assim como as músicas de amor”. Sentimental e descontraído, Meu Álbum de Amores aperta o play e aumenta o volume pra falar sobre as idas e vindas do amor, amargos, cômicos, passageiros mas sempre marcantes do início ao fim.
Durante o longa, conhecemos Júlio, um jovem no início dos seus vinte e poucos anos, abalado, após ser deixado pela sua ex-namorada na tentativa de dar um novo passo no seu relacionamento. Antes, mesmo que pudesse superar essa situação, ele é atravessado por uma notícia que muda sua realidade. Ele descobre que é um herdeiro de um famoso cantor “brega” dos anos 70 e que acaba de ganhar um meio-irmão que nunca soube da sua existência. Abordo de uma crise de identidade, Júlio ao lado de Felipe, embarcam numa espécie de “road trip sobre o amor”, para conhecerem seu pai através dos amores de sua vida, assim como a si próprios.
A relação entre os meios-irmãos é um dos pontos altos do filme, enquanto o Júlio volta a engatinhar após um longo relacionamento, Felipe é totalmente oposto a caretice de Júlio, excêntrico, enérgico e seguro. Esses contrastes dão um bom sabor ao filme, mesmo não gerando um conflito muito grande entre eles. E com o tempo os mesmos vão descobrindo similaridades, ligados ao seu recém falecido pai.
Se como Júlio, Gabriel Leone é sem sal, como Odilon Ricardo ele da um verdadeiro show. Todo o clima “brega” dos anos 70 é encarnado junto ao personagem. Parece que cada canção, cada figurino e até os trejeitos encaixam perfeitamente em sua atuação. Suas aparições no filme, são como verdadeiros videoclipes, transformando todo aquele imaginário em algo vivo. (Me fez até questionar se a figura de Odilon Ricardo realmente existiu).
Importante destacar o papel fundamental da música neste filme, que conversam com os principais momentos da figura paterna enquanto vivia seus amores. As músicas são assinadas por Arnaldo Antunes e Odair José, sendo o último, o homenageado do filme.
Meu Álbum de Amores, não tem vergonha de reescrever alguns clichês, mas aproveita eles pra abraçar alguns temas como rejeição, imaturidade e responsabilidade afetiva, sobre as aventuras e entregas passageiras que o só o amor proporcionam. Pegajoso e arrebatador, como deve ser uma verdadeira balada de amor.