Muito mais multiverso e muito mais loucura!
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (Everything Everywhere All At Once) é um filme de ficção científica dirigido por Dan Kwan e Daniel Scheinert (conhecidos como os Daniels) amplamente aclamado pela crítica lá fora. Eu já estava escutando sobre esse filme lá fora e procurei bastante para assistir, pois ainda não sabia se chegaria no Brasil e fiquei bem feliz de saber que está para chegar e que fomos convidados para assistir.
O longa, na minha opinião, é incrível e facilmente um dos melhores filmes do ano. Possivelmente diria até mesmo o sci-fi da década, apesar de provavelmente não agradar muita gente que não está acostumada a temática, o humor. Porém, para mim, o filme é tudo o que prometeu e muito mais! Além disso, apesar da temática parecer batida, especialmente por ter sido lançado no Brasil logo após Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (ao contrário de lá fora que lançou até mesmo antes), o filme entrega muito mais multiverso e muito mais loucura!
O filme é muito bem dirigido e me surpreendeu ter a produção dos Irmãos Russo, pois eu realmente não sabia que eles estavam envolvidos, que estão acostumados a dirigir filmes com muitos personagens conseguindo dar o espaço certo para cada um no enredo. O enredo é separado em três partes com os nomes correspondentes ao título do filme nessa ordem: 1. Tudo, 2. Em todo lugar e 3. Ao mesmo tempo.
Na parte 1 somos introduzidos a vida de Evelyn Quan Wang (Michelle Yeoh), uma mulher sino-americana que administra uma lavanderia em dificuldades com o marido, Waymond (Ke Huy Quan). As tensões são altas devido ao fato da lavanderia ser auditada pela Receita Federal. Enquanto isso, o exigente pai de Evelyn, Gong Gong (James Hong), acaba de chegar da China e a filha de Evelyn, Joy (Stephanie Hsu), está tentando fazer com que sua mãe aceite sua namorada, Becky (Tellie Medel).
A vida deixa de ser pacata quando o corpo de Waymond é assumido pelo Alpha Waymond, uma versão sua do Alphaverso liderado pela falecida Alpha Evelyn que desenvolveu a tecnologia de salto de verso que permite que as pessoas acessem as ahabilidades, memórias e corpos de suas contrapartes no multiverso, cumprindo condições específicas. Alpha Waymond explica que o multiverso está sendo ameaçado e que precisa de sua ajuda para deter Jobu Tupaki, um ser que consegue experimentar viver todos os universo ao mesmo tempo e saltar entre eles manipulando a matéria a sua vontade.
A história é simples, o que é bom, pois o filme tende a ficar cada vez mais complexo (o que pode ser difícil para compreensão de quem não ver com atenção do início ao filme). Com alguns pontos que podem até parecer clichês, afinal, o filme é sobre família. O multiverso é só um background para a temática principal que é amor pela família. Se baseia naquela indagação de sempre: e se você tomasse uma decisão diferente na sua vida? Estaria melhor? Provavelmente não teria a vida que tem hoje e nem as pessoas que ama. Muita coisa está bagunçada e fora de ordem, muitos sonhos você deixou de realizar, mas nada disso importa.
Mas será que existem versões suas no multiveros que tomaram caminhos diferentes? São realmente mais felizes? Sendo que, claramente, em algum momento, a conclusão vai ser de que não adiantaria nada mudar o passado, pois você não seria mais feliz do que é, independente do caminho que seguiu. De qualquer forma, apesar da conclusão piegas (típica na ficção científica) que inclusive me fez querer ser uma pessoa melhor, o filme é uma loucura! A edição é frenética e dá jus ao título: é tudo realmente em todo lugar ao mesmo tempo!
Eu me emocionei bastante. Ri bastante e em certo momento quase chorei. Com uma edição incrível, visual louco, momentos de comédia as vezes de constranger, e uma edição sonora tão absurda quanto o filme, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo chega no Brasil no dia 23 de junho de 2022 pela Galeria Distribuidora. Consulte o cinema mais próximo!