A Cidade Perdida (The Lost City) – não confundir com A Cidade Perdida de Z (2016) – é um filme de aventura e comédia romântica dirigido pelos Irmãos Nee – responsáveis pelo vindouro filme do He-Man (sim, descobri agora).
Na trama, Loretta Sage (Sandra Bullock), famosa escritora de romance de aventura, é sequestrada em meio sua turnê pelo ricaço Abigail Fairfax (Daniel Radcliffe). Abigail deseja encontrar um tesouro pertencente a trama de um dos livros de Loretta, afirmando não apenas ser real, como residir na Cidade Perdida de D, ilha misteriosa do Oceano Atlântico. Apesar de inicialmente ser tratada como fantasiosa, logo vemos que, ironicamente, há grande atividade turística na ilha (okay, então?). Assim, Alan (Chaning Tatum), modelo de capa, personagem vivo do protagonista de seus livros e apaixonado pela autora contrata seu antigo instrutor e ex-agente Jack Trainer (Brad Pitt) para ajudá-lo na missão de resgate.
O filme até começa divertido, com uma sequência visual de como a autora imagina a construção e reconstrução de seu livro enquanto escreve e você pensa: hum, interessante se o filme focar nisso – algo um pouco mais imagético do que Mais Estranho que a Ficção (2006), mas daí o roteiro simplesmente joga o potencial pro alto e se torna um genérico Bem Vindo a Selva (2003).
Radcliffe repete seu papel de Truque de Mestre 2 (2016) enquanto Tatum continua sendo o Tatum de todos os filmes – o que me lembra como ele está se dando muito melhor admitindo seu ridículo e pegando para si filmes de comédia ao invés de tentar se levar a sério – e Bullock está claramente triste de ser rebaixada a essa produção – inclusive seu papel é uma romancista que caiu na mesmice e está deprimida por isso. Provavelmente nem precisou se esforçar muito na atuação e só demonstrou sua atual insatisfação. Mas por outro lado a participação relâmpago de Brad Pitt é a melhor coisa do filme, semelhante a de Deadpool 2 (2018) que apareceu somente para morrer.
O que serviria bem se fosse lançado direto para o streaming Paramount+, com algumas partes engraçadas, cenário bonito, mas claramente feito em computação gráfica (tirando as partes gravadas na República Domicana que são realmente bonitas) e com piadas normalmente genéricas numa trama que não te prende, o filme chega nos cinemas no dia 25 de Março.