Pacificador (Peacemaker) é uma série de televisão americana de super-herói criada por James Gunn para o serviço de streaming HBO Max baseada no personagem Pacificador da DC Comics. É a primeira série de televisão do DCEU e um spin-off do filme O Esquadrão Suicida – que você pode ler a crítica clicando aqui.
A série se passa seis meses após os eventos do filme que termina com o assassino jingoísta Christopher Smith (John Cena) sendo encontrado na enfermaria por Emilia Harcourt (Jennifer Holland) e John Economos (Steve Agee), dois agentes da ARGUS que estavam na administração em Belle Reve da operação da Força-Tarefa X em Corto Maltese. Enviados por Amanda Waller (Viola Davis) como punição por sua insubordinação, foram rebaixados a realizar uma tarefa de campo menor, a de investigar sobre os invasores apelidados de borboletas, tendo o Pacificador como seu principal assassino, mas sendo liderados por Clemson Murn (Chukwudi Iwuji), uma borboleta desertora ocupando o corpo de um ex-mercenário, e com o reforço de Leota Adebayo (Danielle Brooks), a infiltrada filha de Amanda Waller que estava no esquadrão a mando de sua mãe para incriminar Christopher após o fim da missão.
O enredo começa com Christopher saindo de seu coma e indo para casa, reencontrando seu pai August Smith (Robert Patrick) que é o super-vilão aposentado Dragão Branco e também líder de um culto supremacista branco e daí começamos a nos aprofundar na tentativa de humanizar o protagonista que é assombrado por seu passado onde foi responsável pela morte de seu irmão e recentemente pelo assassinato do Coronel Rick Flag Jr., em Corto Maltese, que lhe gravou em sua memória as palavras Pacificador… que piada! que voltam em sua cabeça quase todo episódio. Numa sequência de oito episódios divertidos, intensos, cheios de conversas paralelas cômicas típicas dos filmes de James Gunn e com uma trilha sonora repletamente composta de rock dos anos 80 a fim de descrever a personalidade ultrapassada do protagonista que antes víamos como vilão e agora vemos sua redenção – bem semelhante ao Johnny Lawrence em Cobra Kai. Aliás, a abertura com o elenco inteiro dançando ao som do glam rock Do You Wanna Taste It da banda Wig Wam é viciante.
John Cena entrega toda sua carga dramática no papel que basicamente foi escrito para ele – muitas das vezes vemos as emoções reais do ator e lutador. O próprio disse que realmente chorou em cena emocionante na série e realmente tocou piano em outra, sem uso de dublê. A série também aproveita a liberdade para introduzir no DCEU personagens menores e quase obscuros como o Judomaster (Nhut Le) e a melhor adição que foi o vigilante Adrian Chase (Freddie Stoma) que carrega a série quase tanto quanto o próprio Pacificador, diferentemente de sua representação dos quadrinhos – e até mesmo da série Arrow – Vigilante aqui é um sociopata que acaba por, com sua presença, humanizando ainda mais o protagonista. Não posso deixar de fora também outro destaque que é a águia de estimação Eagly que foi criada digitalmente pela mesma equipe responsável pelo Tubarão Rei em O Esquadrão Suicida, a Weta Digital, que também em vários momentos da série precisou remover digitalmente a equipe e as câmeras do reflexo do capacete do Pacificador. Por outro lado, a série não reprisa a fotografia bonita e chamativa do filme. Aqui, um pouco mais fosca e com menos cores, a sensação que dá é que o foco é na profundidade do personagem, tendendo ser um pouco mais dramático, apesar de ser uma série de comédia de heróis.
Num geral, é um pouco cansativo de assistir. Eu mesmo demorei duas semanas a mais para terminar. Embora tenhamos ótimas atuações e participações especiais e plot twists interessantíssimos – vale mencionar também a atuação de Annie Chang como a investigadora Sophie Song que da metade pro final é dominada pela rainha das borboletas e traz uma sequência incrível onde invade a delegacia com seus parceiros invasores tomando os corpos de todos os policiais e presidiários. Aliás, a direção de James Gunn é bem notável especialmente em seu talento de casar a música com a sequência. Outra surpresa legal é a participação da Liga da Justiça com Jason Momoa e Ezra Miller reprisando os papéis de Aquaman e Flash respectivamente. Já a insistência na trilha sonora composta de rock chega a ser cansativa em algum momento, mas compreende-se que, por tratar-se do gosto do principal personagem, e como outros personagens como a própria Harcourt muitas vezes se incomoda com tal repetição, é intencionável nos incomodarmos também.
Pacificador já está completamente disponível na plataforma de streaming HBO Max. Aproveite e escute nosso podcast sobre O Esquadrão Suicida em que mencionamos o que achamos da ideia de dar ao Pacificador uma série solo:
Podcast | Ep. 17 – O Esquadrão Suicida e a Trilogia da Arlequina