Partindo da fantasiosa ideia de todo cidadão da classe C e D de ficar rico da noite para o dia, Tô Ryca! (2016) conta a história de Selminha (Samantha Schmütz), uma suburbana, gente como a gente, que teve o sonho de se tornar milionária ao descobrir que tinha direito a uma herança de família. Mesmo agradando o público, uma vez que levou mais de um milhão de espectadores ao cinema, o filme não foi tão bem recebido pela crítica especializada.
Independente das opiniões diversas, após 6 anos da estreia do primeiro longa, o diretor Pedro Antonio (Um Tio Quase Perfeito, Os Salafrários) traz de volta as telonas uma das personagens mais divertidas e cativantes que o cinema brasileiro já nos presenteou.
Em Tô Ryca 2, Samantha retorna com muita espontaneidade trazendo sua personagem de forma brilhante através de muito humor e características que nos fazem aproximar ainda mais de Selminha. Ainda com uma pitada de crítica política e falando de diversidade e empoderamento, que já são temas sempre abordados por Schmütz em suas redes sociais, o roteirista Fil Braz utiliza-se da mesma receita de seu antecessor através de piadas sobre o cotidiano e mostrando todo o perrengue que o trabalhador brasileiro precisa passar diariamente até porque, desta vez, ao invés de ficar rica, Selminha ficou pobre e precisou voltar a toda luta que enfrentava antes de ter todo a ‘bufunfa’, como ela mesmo diz “cabelo tava ok, unha tava ok, até eu perder tudo e ficar pobre de novo”.
Com personagens já conhecidos como a coprotagonista Luane vivida por Katiuscia Canoro e acrescentando nomes como Evelyn Castro e Rafael Portugal, destaques da nova cena humorística brasileira, o filme entrega tudo o que já se esperava: aquela sessão da tarde de domingo pós almoço em família e isso de forma muito positiva. Ou seja, é leve e cômico, não da forma que te faz rir até chorar, mas daquele jeitinho brasileiro de te fazer sorrir sem você perceber.
O único ponto negativo do filme são alguns minutos entre uma narrativa e outra, que são necessários, mas que poderiam ter sido abordados de outra forma para não deixa o filme tão arrastado em certos momento, entretanto, nada que te faça perder a vontade de assistir até o final.
Resumindo, vale a pena ir ao cinema com toda família, assistir o filme, refletir um pouco sobre a realidade que enfrentamos como sociedade e quando as luzes acenderem, olhar um para o outro e falar “é sobre isso e não está tudo bem”.
Nota: 3,5/5 – O filme é bom, mas não é MUITO bom, mas também não é ruim!
Tô Ryca 2 estreia agora, quinta (03) em todos os cinemas do Brasil. Enquanto isso, você pode assistir o primeiro filme na Netflix ou no Globoplay e ao trailer abaixo: