Com uma premissa muito interessante, Garota da Moto tem um background muito bom, porém desenrolar sofrível. Pautado como drama, esse filme, notoriamente de ação investigativa, carece de uma boa revisão de roteiro.
Sinopse: Joana (Maria Casadevall), uma jovem mãe que trabalha como motogirl, descobre acidentalmente uma fábrica que escraviza mulheres refugiadas. Quando enfrenta os bandidos e liberta as reféns, ela acaba virando o alvo da organização. Agora ela terá de defender não só o filho e a si, mas todos que a cercam.
Dirigido por Luis Pinheiro, Garota da Moto, adaptação da série A Garota da Moto exibida pelo SBT, infelizmente traz consigo todo o lado ruim da série. Apesar da história de Joana ser apresentada de uma maneira bem legal, contendo até mesmo referências a Sin City – A Cidade do Pecado (2005), tudo o resto é muito difícil de assistir.
O passado da protagonista é um ponto tão assertivo que os questionamentos de: “quando isso vai influenciar a trama principal?”, “o passado dela irá refletir no presente em qual momento?”; lhe acompanharão o tempo todo, justamente por serem infinitamente mais interessantes que o plot principal.
Maria Casadevall parece ter se empenhado para este papel. Nas cenas de ação você consegue ver a atriz executando os movimentos, afinal sua personagem é uma exímia lutadora, e em momentos que exigem atuação Maria entrega… e é isso. Me dói escrever, mas esse é o único ponto elogiável do filme.
Antagonistas canastrões, previsibilidade nas reviravoltas, tomadas de decisões sem sentido, levantamento de questões que não chegam a lugar algum, coreografias de ação aquém (alguns momentos pensei estar vendo a novela Kubanacan) e por aí vai. Para não dizer que estou batendo sem fim, a personagem Joana é bem construída. Ela é durona, mas ao mesmo tempo amável, humana. Difícil ver esse tipo de equilíbrio tão bem executado.
Infelizmente não foi dessa vez. Garota da Moto deveria se concentrar em um plot e seguir ele. Ou sigo o passado da protagonista, ou sigo a escravização de mulheres refugiadas. Apresentar os dois e não seguir nenhum, mudando completamente o foco da intriga não pegou bem.