Netflix lança mais um de seus filmes semanais. Uma proposta cada vez mais arriscada, apesar de reter a curiosidade do público. Kate é sua mais recente aposta, mas será que corresponde a toda magnitude imposta por seus trailers e imagens de divulgação?
Sinopse: Após ser envenenada, uma assassina tem menos de 24 horas para descobrir o responsável e se vingar.
Com uma premissa simples e cenas de ação bem coreografadas, Kate, esteticamente, relembra bastante John Wick (2014). Os enquadramentos, planos de fundo, ambientação, tudo muito parecido, apesar do local ser totalmente diferente. Ambientado no Japão, a produção peca em mostrar pouco dessa cultura e foca totalmente na problemática da personagem principal, apesar de ter um elementozinho aqui ou ali. E olha que esse nem é o problema principal.
O filme começa apresentado dois personagens: a própria Kate (Mary Elizabeth Winstead) e seu mentor, Varrick (Woody Harrelson). Kate está conversando com Varrick enquanto realiza uma missão. Durante essa conversa, nos primeiros cinco minutos do filme (ou menos), você já sabe aonde isso vai dar. Não critico a previsibilidade do filme, e sim, o modo como foi executado.
– Ah, mas todo filme de ação é clichê e previsível.
Concordo, mas a jornada durante esse processo tem de ser, ao menos, atrativa para você se manter entretido com ela. Dito isto, afirmo: esse filme é longo para sua proposta. As viradas, por mais legais que possam ser sarcasmo são muito batidas. Muito mesmo! A conclusão disso é, “que lenga-lenga, quando vai ter porrada?”. Apesar de muitos não levarem em conta, isso pode ser péssimo para um filme de ação.
Você para de se importar com os personagens, sua suspensão de descrença fica muito menor; começa a questionar escolhas, caminhos e diálogos (roteiro)… é uma ladeira abaixo sem fim. Isso acontecerá automaticamente, sem perceber. A cena seguinte é você pegando o celular para ver o WhatsApp, dar uma olha no explorar do Instagram e ver o assuntos do momento no Twitter.
Curioso perceber o potencial gigantesco que esse filme tinha. Atribuo essa falta de detalhamentos na busca ferrenha da Netflix por público. Essa demanda de produções semanais realmente deixa ela sempre na boca do povo, contudo a um preço questionável. Quantidade vem sendo o foco da empresa e a qualidade está cada vez menor. Não sei se isso é uma troca muito boa, mas pelo visto parece dar certo. Com certeza mais produções semelhantes virão.
Entretanto, não é somente bomba. A atriz Mary Elizabeth ficou muito boa como Kate, a assassina implacável. Miku Martineau (Ani) conseguiu minha simpatia e quiçá salvou seu personagem de ser insuportável – sim, ele tinha todos os elementos de ser um personagem muito chato -, as cenas de ação são muito boas e a mixagem de som é absurda (faça um favor pra si, assista esse filme com fones de ouvido).
Infelizmente Kate é mais um filme genérico de ação, mesmo tendo algo nele. Será difícil passar por ele sem dar o play, pois ele é chamativo. Atores principais estimados pelo público e lutas bem legais de assistir. Uma pena isso tudo ser “mais do mesmo”.
Ps: Os biquinhos do Woody Harrelson continuam sensacionais – Ponto positivo, inclusive.