Mais uma vez a linha de brinquedos G.I. Joe, Comandos em Ação no Brasil, recebeu outra adaptação. Desta vez a Paramount Pictures decidiu fazer um spin-off sobre o misterioso ninja, todo de preto, sempre calado e nunca mostra seu rosto, Snake Eyes.
Bom, pelo menos é assim nas outras mídias e até mesmo nos filmes anteriores, G.I. Joe: A Origem de Cobra (2009) e G.I. Joe: Retaliação (2013). Snake é um daqueles personagens sem origem oficial. Dependendo de onde for a adaptação, ele poderá ter origens, propósitos e antagonistas diferentes; quiçá até companheiros caninos (sim, ele tem um sidekick cachorro). Mas nenhuma delas foi oficialmente registrada pela Hasbro – detentora dos direitos de toda franquia G.I. Joe.
Sinopse: Ao presenciar o assassinato de seu pai, um garoto decide se vingar do malfeitor. Sem hesitação, ele fará de tudo para concretizar essa vingança.
Em G.I. Joe Origens, acompanharemos o surgimento desse “herói”. Desde esse fatídico dia até a eventual transformação no ninja Snake Eyes. Olha, serei sincero com vocês, apesar da premissa clichê esse filme é bem legalzinho nesse ponto. É muito bom ver essa vingança ser mais importante que qualquer outro valor moral, sentimental ou físico a ele.
Quanto ao desenrolar da história, bem, é melhor acompanhar esse filme a qualquer um desses últimos Velozes e Furiosos. Então, sim, o filme irá te entreter. Terá humor em momentos chaves, refletirá sobre o conflito dos personagens (apesar de ser bem raso) e dará uma origem “ok” a eles. Como filme de ação ele supre seus requisitos básicos, mas como história, não.
No quesito “ação” ele é questionáveis. A coreografia é boa, porém a captura dela nem tanto. Há dois momentos qual eles optam por gravar com a câmera na mão, e meu amigo – rindo de nervoso – é feio o negócio. Tem outras cenas de câmera na mão também, mas não causam tanto incômodo quanto essas duas porque o estabilizador, incrivelmente, estava ligado nelas.
Os efeitos especiais são legais. Não lembro de ter um momento onde eu apontava o dedo e ria dos atores ao imagina-los no fundo verde. Talvez uma cena dê essa impressão, mas no todo é bem feito. A temática ocidental também facilita nesse processo, além de deixa tudo mais dá hora. Afinal, quem não quer ter uma roupa e apetrechos ninjas? Figurino e ambientação bem diversificados, inclusive.
– Mas redator, se o filme é mediano e você só está falando bem dele, o que está pegando?
Pois bem, vamos lá. A história é o suprassumo do clichê. Nem digo isso da boca para fora, falo de olhar o filme e na hora dizer “essa pessoa é o (a) Fulano (a) de Tal, aquele (a) na verdade faz isso e a traição virá do (a) Ciclano (a)”. Sabe esses palpites que você tem ao assistir uma obra? Então, aqui você conseguirá prever cada acontecimento do filme nos primeiros 20 minutos dele. Não, não estou exagerando. O filme todo é decifrado nesse tempinho aí. Eu até colocaria menos tempo, mas sempre tem uns não tão atentos assim…
Com direção de Robert Schwentke (Saga Divergente: Insurgente/ Convergente), roteirizado por Anna Waterhouse (Rebecca – A Mulher Inesquecível) e Evan Spiliotopoulos (A Bela e a Fera, 2017), G.I. Joe Origens irá sofrer bastante hate, tendo em vista a forma como ele foi planejado e apresentado ao público. Pessoalmente, creio que há filmes bem piores por aí, mas sabe como é, né? Alguém tem de ser o mártir por aqui.
Com atuações medianas para ruim da maioria do elenco esse filme está fadado a críticas negativas, apesar dele ser bem melhor aos seus antecessores. Salve-e-guarde Andrew Koji (série Warrior) que carregou esse time nas costas. O protagonista, Henry Golding carece de camadas. Samara Weaving (A Babá) está ali só para ligar Snake aos G.I. Joe e Úsula Corberó (La Casa de Papel) está totalmente subaproveitada. Sei nem o que o personagem dela agrega a trama.
Atuações medianas, trama batida, vilão bobo (sim, essa é a definição da motivação do vilão, “boba”), reação exagerada porque o roteiro precisava daquilo… é muita coisa. Coreografia legal, acredito eu, não salvará esse filme apesar dele me entreter e eu achar legal. 2h e 20min disso é demais até pro crítico mais legal da Terra.
Se você quer só um filme para se distrair, sem esperar muita coisa é uma ótima pedida. Não deixa a crítica influencia nisso. Se você curtiu os últimos Transformers e Velozes e Furiosos, esse filme vai ser quase um colírio nos seus olhos -Eu disse “quase”.
Atualização:
A proposta de sequência, G.I. Joe: Special Missions, foi recusada pela Paramount. O filme teria como premissa o resgate de um Joe sequestrado com um pequeno grupo sem apoio, indo contra as ordens dos superiores de não executarem essa missão.